20/05/2011

Fitch corta rating da Grécia para B+, com perspectiva negativa

A Fitch cortou o rating grego em três níveis, de "BB+" para "B+", e
manteve a perspectiva negativa da nota. Segundo a agência de
classificação de risco, o corte reflete o tamanho do desafio do país
em implementar o programa de reforma fiscal e estrutural "radical"
para garantir sua solvência e, ao mesmo tempo, bases para uma
recuperação da economia.

"Os riscos políticos e de implementação aumentaram, já que novas
medidas de austeridade fiscal são necessárias para atingir a meta de
deficit de 7,5% do PIB", explica a Fitch, citando o mau desempenho do
país em aumentar a arrecadação de impostos e um deficit acima da meta
em 2010.

"Além disso, a ênfase em privatizações elevou o risco de que o
financiamento junto à União Europeia e ao FMI (Fundo Monetário
Internacional) seja atrasado devido aos obstáculos políticos e
técnicos da venda de € 50 bilhões em ativos", diz a agência, lembrando
que a ajuda financeira é atrelada ao cumprimento de certas condições e
reformas pela Grécia. A Fitch espera que o país consiga vender ativos
em 2011, mas de forma modesta, e destaca que segue confiante no
compromisso do governo grego em cumprir suas obrigações.

Ainda segundo a agência de classificação de risco, o rating de curto
prazo foi mantido como "B", mas também com perspectiva negativa. Já o
teto das notas de classificação de risco do país segue em "AAA", já
que a Grécia é membro da União Europeia e, portanto, tem a mesma nota
do que os demais países do bloco.

Reestruturação suave também é default
O novo rating incorpora a expectativa da Fitch que a UE e o FMI
aprovem um auxílio adicional "substancial" à economia grega, e que não
haja uma reestruturação suave ou adaptação do perfil da dívida do
país. Isso, segundo a agência, seria considerado um default. "Uma
extensão da maturidade dos bonds existentes seria considerada um
evento de default, e a Grécia seria reclassificada de acordo com
isso".

Caso isso ocorra, a agência alerta que a credibilidade não só da
Grécia, mas dos programas de auxílio à Irlanda e Portugal sofreria um
baque severo, e poderia colocar em risco a estabilidade financeira em
toda a Zona do Euro.

Fonte: InfoMoney

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