20/07/2011

Dados mostram economia ainda em ritmo vigoroso

Fernando Travaglini, Ribamar Oliveira, Aline Lima e Adriana Cotias | De Brasília
20/07/2011

Mercado de trabalho aquecido, aumento da renda real, crédito em expansão e arrecadação de impostos em alta. Com base nesse cenário, de uma atividade econômica ainda pujante, o Comitê de Política Monetária decide, hoje, a alta dos juros.
A taxa de desemprego em junho, conforme dados do IBGE divulgados ontem, foi de 6,2%, menor que a de maio deste ano (6,4%) e a de junho de 2010 (7%). O número de ocupados teve uma queda, na margem, mas o rendimento real médio aumentou 4% sobre junho do ano passado. Em junho foram criadas 215,4 mil vagas, segundo melhor resultado para o mês da série histórica. No primeiro semestre foram 1,4 milhão de empregos, terceiro melhor número da série. O setor de serviços prossegue liderando a geração de empregos. Apesar de se identificar uma certa moderação na taxa de ocupação do IBGE, o ministro do Trabalho, Calos Luppi, disse que não há desaceleração e que a tendência é chegar a 3 milhões de novos empregos até o fim do ano.
A arrecadação de impostos também foi recorde em junho, levando a receita do semestre a um crescimento real de 12,7% sobre idêntico período de 2010. Com isso, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Freitas Barreto, elevou a previsão para o crescimento das receitas este ano para 10,5%.
A última pesquisa do Banco Central sobre a expectativa dos bancos para o comportamento tanto da oferta quanto da demanda por crédito mostrava que, mesmo após as medidas restritivas de política monetária, o apetite pelo crédito continuava inalterado até junho. Mesmo com mais um aumento da Selic hoje, os especialistas esperam crescimento da oferta de crédito nos próximos meses em comparação com a primeira metade de 2011. A inflação caiu, como previsto, mas a queda foi menor do que a esperada. Divulgado ontem, o IGP-M parcial de julho mostrou deflação de 0,21%.
Na área econômica, argumenta-se que o mercado de trabalho é o último a sentir os efeitos de medidas restritivas e a expectativa é de que todos esses indicadores sejam uma visão pelo retrovisor. A desaceleração da economia e, portanto, da inflação, argumentam economistas do governo, virá no terceiro e quarto trimestres. Só então é que ficaria mais clara a chance de o IPCA convergir para a meta de 4,5% em 2012.



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