para um segundo resgate à Grécia, que incluirá a participação do setor
privado.
O novo pacote será no valor de 109 bilhões de euros [R$ 244 bilhões],
dos quais o setor privado irá contribuir com 37 bilhões de euros [R$
82 bilhões].
Ao longo de 30 anos, a contribuição do setor privado será de 135
bilhões de euros [R$ 302 bilhões], segundo o presidente da França,
Nicolas Sarkozy.
Os chefes de Estado e de governo dos países da zona euro se reuniram
em Bruxelas para discutir as condições do segundo pacote em menos de
um ano para ajudar o país em crise. O primeiro pacote de ajuda,
fechado em maio do ano passado, foi de 110 bilhões de euros [R$ 246
bilhões].
A participação de bancos privados no socorro financeiro ao país
europeu deverá ser considerado um calote, mesmo que parcial, pelas
agências de classificação de risco.
Sarkozy se recusou a usar a palavra "default" ou moratória. Ele disse
que default parcial não faz parte do seu vocabulário.
Diante das críticas das agências de classificação de risco nos últimos
meses, Sarkozy prometeu que a França e a Alemanha pretendem avançar na
criação de uma agência de classificação europeia.
No início da reunião, diversas opções estavam sobre a mesa. Uma das
propostas era permitir que a Grécia entre em um "default temporário".
PARTICIPAÇÃO EUROPEIA
Sarkozy afirmou que com a ajuda da União Europeia, a dívida grega será
reduzida em 12 pontos percentuais. Atualmente, a dívida grega soma 350
bilhões de euros.
Uma das contribuições da União Europeia para ajudar a Grécia será
flexibilizar as condições de empréstimo ao país. As taxas de juros,
por exemplo, serão reduzidas de 4,5% para 4% a 3,5% ao ano.
O prazo de pagamento também será alongado, de 7,5 anos para, no
mínimo, 15 anos. O prazo poderá chegar a 30 anos, prorrogáveis por
mais 10 anos.
Segundo Sarkozy, a redução dos juros representará uma economia de 30
bilhões à Grécia em 10 anos.
Portugal e Irlanda, outros países que receberam ajuda da União
Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional), também serão
beneficiados com o alívio nas condições da ajuda.
O FMI também irá contribuir com o novo pacote. A nova diretora-gerente
do Fundo, Christine Lagarde, também estava presente na reunião, mas
ela não participou da entrevista coletiva para explicar o acordo.
CRISE DA DÍVIDA
A chamada crise da dívida europeia foi uma consequência da crise
econômica de 2008. Para proteger a economia, os governos aumentaram
suas despesas.
Aqueles que já tinham gastos públicos elevados viram a dívida
estourar, junto com as taxas de juros. Essa bola de neve levou os
países periféricos a atingir deficits públicos recordes, perdendo a
capacidade de pagar a dívida.
A Grécia, uma das mais afetadas pela crise, já recebeu em 2010 um
pacote de resgate de US$ 160 bilhões [R$ 358 bilhões] da União
Europeia e do FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas
fiscais previstas.
Agora, tenta receber um pacote ainda maior, pelo qual aprovou um novo
e amplo pacote de medidas de austeridade que prevê uma economia de até
€ 28 bilhões (R$ 63 bilhões) aos cofres públicos por meio de cortes de
gastos e aumento de impostos até 2015.
Fonte: Folha.com
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