o processo para suceder Dominique Strauss-Kahn à frente do organismo
ao lançar o prazo de candidaturas, que começa com uma dura queda de
braço entre Europa e os países emergentes.
O organismo anunciou na sexta-feira que o processo de seleção de um
novo diretor-gerente seria "aberto, baseado em méritos e de forma
transparente".
Tal promessa põe um fim no hermetismo que rodeou a designação do
responsável do organismo, dirigido por um europeu desde sua criação em
1945, em virtude de um pacto de cavalheiros que outorga a Presidência
do Banco Mundial (BM) a um americano.
O início do processo está marcado por uma acirrada disputa entre
Europa e o mundo emergente, que acredita que chegou o momento de um
representante do mundo em desenvolvimento liderar o FMI, enquanto
isso, a ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, segue
somando apoio a sua candidatura.
O ministro das Finanças holandês Jan Kees de Jager, considerou nesta
segunda-feira que Lagarde está "extremamente preparada" para
substituir Strauss-Kahn, que renunciou na quinta-feira no meio de um
escândalo sexual.
Por sua vez, o titular interino do FMI, John Lipsky, disse que Lagarde
está entre as potenciais "excelentes" opções para dirigir o organismo.
Durante o fim de semana Lagarde recebeu o respaldo da chanceler alemã,
Angela Merkel, e do ministro de Exteriores britânico, George Osborne,
que a descreveu como uma "candidata excepcional".
Quatro dos dez diretores-gerentes do FMI foram franceses: Pierre-Paul
Schweitzer, Jacques de Larosière, Michel Camdessus e Strauss-Kahn, que
dirigiram a instituição durante 36 de seus 65 anos de funcionamento.
A imprensa belga informou que o titular de Finanças Didier Reynders
pode optar pelo posto se Lagarde for afetada por um caso legal
pendente em seu país relacionado com a indenização ao empresário
Bernard Tapie pela venda de Adidas em 1993.
Lagarde, de 55 anos, trabalhou como advogada nos Estados Unidos
durante 20 anos, por isso fala perfeitamente inglês.
A Europa aponta a necessidade de o FMI ser liderado por um europeu
dada a grave crise que atingiu vários países da zona do euro.
Desde o mundo emergente, monopoliza a atenção o governador do Banco do
México, Agustín Carstens, com candidatura à gerência do FMI
formalizada nesta segunda-feira por seu país e que incentivou os
países emergentes a "apoiarem um candidato único".
Carstens, o primeiro latino-americano apresentado para suceder
Strauss-Kahn, ocupou o posto de "número dois" do FMI entre 2003 e
2006.
O Chile antecipou também que estuda a possibilidade de apresentar um
candidato e, a opositora Democracia Cristã pediu formalmente na
sexta-feira ao governo que postule o ex-ministro de Assuntos
Exteriores Alejandro Foxley.
A eles se soma Grigori Márchenko, governador do Banco Nacional do
Cazaquistão, que recebeu na quinta-feira o apoio da Rússia e dos
outros dez membros da pós-soviética Comunidade dos Estados
Independentes (CEI).
"Se os grandes países em desenvolvimento podem apresentar um único
candidato, não obrigatoriamente sendo eu, então essa pessoa terá
muitas oportunidades de ganhar", assegurou Márchenko nesta
segunda-feira.
Por sua parte o ministro da Fazenda, Guido Mantega, antecipou que o
Brasil proporá que o sucessor definitivo de Strauss-Kahn se eleja em
2012, quando deveria acabar seu mandato, e que enquanto isso se nomeie
um sucessor provisório.
O processo para apresentar candidaturas permanecerá aberto até 10 de
junho, quando o Comitê Executivo, integrado por 24 membros que
representam os 187 países que integram o FMI, publicará uma lista com
três candidatos.
Os membros do Conselho Executivo entrevistarão os aspirantes à
liderança do FMI em Washington e elegerão em 30 de junho um deles.
Strauss-Kahn assumiu as rédeas do FMI em setembro de 2007, quando
substituiu o espanhol Rodrigo de Rato, que deixou o cargo quase dois
anos antes que concluísse seu mandato alegando "razões pessoais".
Em uma mensagem dirigida aos funcionários do Fundo publicada nesta
segunda-feira, o francês disse estar vivendo um "pesadelo" desde sua
detenção no sábado passado em Nova York como suposto responsável de
abusos sexuais e tentativa de estupro.
A imprensa americana informou nesta segunda-feira que os serviços de
investigação legista de Nova York encontraram mostras de seu DNA na
blusa da camareira que o acusou de abuso sexual.
Fonte: InfoMoney
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