01/07/2011

Abílio rebate Casino e diz que fusão com Carrefour é legal

O empresário Abílio Diniz, do grupo Pão de Açúcar, publicou comunicado
nos jornais desta sexta-feira afirmando que as negociações envolvendo
o Carrefour "foram conduzidas de forma absolutamente legítima, de
acordo com a legislação brasileira, os acordos de acionistas e os
princípios da ética comercial".

O comunicado é uma resposta ao que chamou de "graves e infundadas
acusações" feitas pela rede francesa Casino.

Na última quarta-feira (29) o Casino, maior acionista da Companhia
Brasileira de Distribuição, publicou anúncio afirmando que Abílio
Diniz ignora deliberadamente a ética comercial e age de forma ilegal
ao tentar a fusão com o Carrefour.

"O eventual negócio entre Pão de Açúcar e Carrefour envolvendo não só
a combinação das operações brasileiras, mas também o mercado
internacional, despertou o interesse de investidores que enxergaram
uma grande oportunidade, o que ensejou a apresentação, no último dia
27, de uma proposta", diz o empresário no comunicado.

Abílio Diniz afirma ainda que os acordos firmados com os investidores
do Pão de Açúcar não vedam "simples negociações" --exigem apenas, diz,
que sigam os trâmites previstos nos documentos.

Na nota de quarta-feira, o Casino afirmava que já havia negociado com
Diniz o direito de controlar a companhia a partir de 2012. Desde que
começaram os rumores de fusão com o Carrefour no Brasil, o Casino vem
fazendo duras críticas ao comportamento de Diniz e chegou a recorrer a
tribunais internacionais. "Trata-se de proposta estruturada em
conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as
disposições do acordo de acionistas que regem a Companhia Brasileira
de Distribuição e, indiretamente, expropriar do Casino os direitos de
controle adquiridos e pagos no ano de 2005", afirmaram os franceses.

"Ao conduzir estas negociações, o Carrefour e o sr. Abílio Diniz
ignoram deliberadamente tanto a lei e os contratos quanto os
princípios fundamentais da ética comercial", atacaram.

ATAQUES

No comunicado de hoje, Abílio rebate a crítica, dizendo que pretende
ver a proposta de fusão "regularmente" analisada pela companhia e por
seus acionistas --"inclusive o Casino". "Até agora, o Casino se ateve,
precipitada e emocionalmente, a condenar uma operação sem qualquer
análise", ataca.

"A questão principal, da qual não se deve desviar o foco, é a
seguinte: a operação é ou não boa para o Pão de Açúcar?" questiona.

O empresário também afirma que o objetivo da proposta é tornar o grupo
mais eficiente, lucrativo e com uma governança mais moderna, ou seja,
"melhor para todos os seus colaboradores, acionistas, administradores
e consumidores".

Ele finaliza o comunicado dizendo que se compromete a defender
"sempre" os interesses do Pão de Açúcar e de seus acionistas.

Ontem, Abílio prometeu, no Twitter, revelar toda a história por trás
das conversas tidas durante as negociações. "Tenho fé em Deus e
acredito no meu trabalho. Tudo vai acabar bem e em breve contarei toda
a história", afirmou o empresário.

Fonte: Folha.com

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