21/07/2011

Destaques Bovespa - 21/07/2011

A Bovespa terminou o pregão de quarta-feira em leve alta de 0,06%, aos
59.119,71 pontos, acompanhando o ritmo das bolsas norte-americanas,
alcançando 59.552 pontos na máxima e 59.045 pontos na mínima do dia. O
giro financeiro totalizou R$ 5,39 Bilhões.
No mercado doméstico, a divulgação do IPCA-15, melhor do que o
esperado pelos analistas diminuiu as projeções de novos apertos
monetários para o resto do ano, além do aumento de 0,25% esperado para
hoje, na reunião do Comitê de Política Monetária. No front externo, a
divulgação de vendas de imóveis usados nos EUA abaixo das expectativas
do mercado, e a expectativa de um acordo sobre o teto da dívida
americana e os resultados corporativos positivos, causaram grande
volatilidade nas negociações dessa quarta-feira, contribuindo para que
a bolsa brasileira encerra-se o dia perto da estabilidade.

As principais blue chips da bolsa, Vale PN e Petrobrás PN encerraram o
dia em baixa, apresentando uma desvalorização de 0,52% e 1,19% ,
respectivamente. O grande destaque positivo foram os papéis da Gafisa,
que encerraram o pregão com forte valorização de 5,18%.

Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 18 de julho,
segunda-feira, R$ 74,01 milhões na Bovespa, quando o índice caiu
1,08%. No mês de julho, o saldo acumulado de recursos estrangeiros
está positivo em 1,039 bilhões. No ano, o déficit acumulado de
recursos estrangeiros diminuiu para R$ 71,80 milhões. Já os
investidores Pessoa Física retiraram, no dia 18 de julho, R$ 296,85
milhões na Bovespa. No mês de julho, o saldo está negativo em R$
637,55 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo da pessoa
física está negativo em R$ 4,593 bilhões.

Assim como era amplamente esperado pelo mercado, ontem (20) o COPOM
decidiu por elevar mais uma vez a taxa de juros local em 0,25% para
12,50%. Agora a questão remanescente é se o ciclo de aperto monetário
chegou ao fim, ou se mais uma alta de 0,25% ocorrerá em agosto. Os
próximos dados sobre inflação deverão trazer mais indicações sobre
esse movimento. Por aqui os investidores também atuarão em relação ao
humor dos mercados internacionais, com uma pressão extra proveniente
do dado preliminar do índice de gerentes de compras da China.

Ambev – Em uma matéria publicada pelo jornal "Valor Econômico", o
secretário da fazenda do Paraná, Luiz Hauly, ofereceu o postergamento
do ICMS, de 29%, e isenção do IPTU pelos próximos 10 anos, para que a
Ambev invista R$ 200 milhões na construção de uma fábrica de 1,5
milhões de m² destinada a produção de refrigerantes e cervejas no
estado. A notícia é apenas de cunho informativo, não devendo trazer
impacto na cotação dos papéis da companhia.

Braskem – A empresa anunciou ontem (20/07) que assinou um contrato de
compra de 100% da nafta produzida pela companhia baiana "Novaenergia",
empresa especializada no tratamento de resíduos plásticos, pelos
próximos cinco anos. O material utilizado para fabricação de
polietileno e poliprolineno será destinado para as fábricas de
Camaçari, localizados na Bahia. De acordo com o diretor de
matérias-primas e logística da Braskem, a recente alta do petróleo tem
elevado o preço da nafta derivada da commodity, favorecendo a busca
por outros insumos substitutos para a criação dos produtos da
companhia. Acreditamos que a notícia é marginalmente positiva para as
ações da Braskem, à medida que a queda do spread da resina-nafta que
aumentaram em média 14,5% em relação ao 4T10 foram os principais
responsáveis pela elevação dos custos da companhia em aproximadamente
11% no mesmo período, uma vez que representaram 45,2% do CPV do
trimestre.

Natura – A companhia divulgou ontem (20), após o pregão, seus números
referentes ao 2° trimestre de 2011, que, em linhas gerais, vieram
marginalmente abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida
foi de R$ 1.393,6 milhões, crescimento de 8,57% com relação ao mesmo
período do ano passado, 21,63% acima do trimestre anterior e em linha
com as expectativas do mercado, que totalizavam R$ 1.446,5.
Já o EBITDA totalizou R$ 327,3 milhões, queda de 1,36% com relação ao
mesmo período do ano passado, 23,93% acima do trimestre anterior e
7,92% abaixo das expectativas do mercado, que totalizavam R$ 355,4
milhões. Tal resultado foi influenciado negativamente pelo aumento das
despesas de vendas, que totalizaram 34,9% da receita líquida, 2,7 p.p
acima do ano passado, resultado da menor diluição dos custos fixos
logísticos, como a abertura de novos centros de distribuição e de
novos grupos de consultoras de vendas (Consultora Natura Orientadora)
em cidades menores. Além disso, houve um aumento das despesas
administrativas, que representaram 13,8% da receita líquida, aumento
de 2,1 p.p na comparação anual. E o lucro líquido divulgado foi de R$
188,1 milhões, queda de 1,78% na comparação anual e 24,98% abaixo do
último trimestre, frustrando as expectativas em 11,59%, que
totalizavam R$ 212,8 milhões. O destaque positivo ficou para o anúncio
da recompra de 2,3% das ações ordinárias, além do pagamento de R$ 0,75
por ação em 12 de agosto, com base na posição de 26 de julho, sendo R$
0,08 serão em forma de juros sobre capital próprio e R$ 0,68 através
de dividendos. Já o destaque negativo foi a redução da margem EBITDA,
que recuou 1,07 p.p com relação ao esperado, totalizando uma margem de
23,5% no período. Apesar do crescimento da receita nas bases
trimestrais e anuais, a queda nas margens operacionais nos leva a crer
em um desempenho marginalmente negativo nos papéis da companhia.

OGX Petróleo – Segundo uma notícia vinculada ao jornal "Valor
Econômico", o ex-presidente da OGX, Rodolfo Landim, venceu na justiça
brasileira o direito pela venda antecipada de 5.540.900 ações da
companhia que seriam liberadas para o empresário no mês de
novembro/11. De acordo com o juiz que julgou o caso, Luis Roberto,
tanto Eike Batista quanto a instituição nos quais as ações estão em
custódia, não poderão interferir nas negociações dos papéis negociados
por Landim, sob a possibilidade de pagar R$ 10 mil em multas diárias.
A notícia é marginalmente negativa para os papéis da OGX, uma vez que
as ações, avaliadas em R$ 77,5 milhões com base no preço dos papéis no
fechamento de ontem (20/07), representando aproximadamente 1,7% do
total de ações do mercado.

Queiroz Galvão – De acordo com uma fonte da agência "Bloomberg", a
companhia deverá anunciar ainda essa semana a emissão de R$ 700
milhões em títulos com rendimentos de 5,5% a.a. De acordo com o
artigo, nos últimos dias a empresa já iniciou a etapa de negociação
com possíveis investidores, envolvendo os bancos HSBC, Santander e
Citibank. A notícia é apenas informativa, uma vez que o fato ainda não
foi confirmado pela empresa.

Setor de Consumo – Notícia veiculada hoje (21), no jornal "Estado de
São Paulo", comunica a aquisição de 51% da rede de varejista de
eletrodomésticos, Eletro Shopping, pela Máquina de Vendas (empresa que
surgiu com a fusão entre as redes Ricardo Eletro, Insinuante e City
Lar), movimento esse que levou a empresa novamente à vice-liderança do
setor.
Apesar de não divulgar os valores, por questões contratuais, o tamanho
da operação é relevante, dado que a Máquina de Vendas passaria a ter
900 lojas, faturamento de R$ 6,5 bilhões e estará presente em 301
cidades distribuídas em 23 Estados e no Distrito Federal (a empresa
tem como plano possuir 1000 lojas e faturamento de R$ 10 bilhões, até
2014), ficando atualmente atrás apenas da líder do setor, a Globex
(empresa do Grupo Pão de Açúcar), que possui 1000 lojas e faturamento
de R$ 10 bilhões. A aquisição permitirá à empresa enfrentar o avanço
de seus principais concorrentes, que são a Globex (fusão entre Ponto
Frio, Casas Bahia e Extra Eletro) e o Magazine Luiza (que adquiriu
recentemente a Lojas Maia e diversas lojas do Baú), no local que hoje
é o foco para o crescimento desse segmento do varejo, o Nordeste. A
notícia deve impactar de forma marginalmente negativa para os papéis
de empresas que atuam no setor de eletrodomésticos.

Setor de Transporte – Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", ontem
(20), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou um
novo marco regulatório para o setor de ferrovias, com o objetivo de
estimular o uso de linhas ociosas e incentivar investimentos privados
no segmento. De acordo com o regulamento, as linhas com capacidade
ociosa (35% da malha nacional) poderão ser utilizadas por terceiros,
desde que estes tenham seus próprios vagões e trens. Além disso,
clientes poderão investir nas concessões através da compra de trens ou
expansão da malha, podendo negociar uma compensação financeira com a
concessionária, e qualquer concessionária pode receber ou entregar na
malha de outro consórcio, acabando com o monopólio atual. As mudanças
também incluem a criação de metas de produção e segurança, obrigando
as concessionárias a apresentarem estudos de mercado, plano de
negócios e registros das operações efetuadas à ANTT. A notícia é
marginalmente negativa para as companhias de capital aberto do setor.

Fonte: Um Investimentos

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