21/07/2011

Juros sobem pela 5ª vez no governo Dilma e vão a 12,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu
nesta quarta-feira (20) elevar a taxa básica de juros (a Selic) em
0,25 ponto percentual, para 12,5% ao ano, o maior nível desde janeiro
de 2009, quando era de 12,75%. Foi a quinta alta seguida no governo
Dilma.

A alta já era esperada pela maioria dos analistas do mercado
financeiro. Ao elevar a Selic, o objetivo do BC é fazer com que o
custo do crediário também suba e, com isso, diminua o consumo da
população para conter a alta da inflação.

A decisão foi unânime. O documento divulgado pelo Copom foi curto.
"Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a
inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a
taxa Selic para 12,5% ao ano, sem viés."

Esta foi a quinta reunião do Copom sob o mandato da presidente Dilma
Rousseff e com o BC sob o comando de Alexandre Tombini.

Em todas elas, o comitê decidiu elevar a taxa. Nas duas primeiras, a
alta foi de 0,5 ponto percentual. A desta quarta-feira foi a terceira
seguida com elevação de 0,25 ponto percentual.

Com isso, no governo Dilma, a Selic passou de 10,75% para os atuais
12,5% ao ano. O próximo encontro será nos dias 30 e 31 de agosto.
Entenda a relação entre juros e inflação

A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos
quantidade para atender a essa necessidade.

A elevação dos juros é o principal método utilizado para o BC para
perseguir o centro da meta de inflação, medida pelo índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 4,5% para este ano.

A meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para
baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%.

Apesar da desaceleração da inflação em junho, nos últimos 12 meses, o
índice está acima dessa margem de tolerância, acumulando 6,71%..

O governo vem adotando medidas para desestimular o consumo: aumentou o
valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de
crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou
obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24
e 36 meses para carros novos ou usados.

Outra forma de frear o consumo é por meio da Selic, a taxa básica de
juros. Ela é usada como base, por exemplo, para os juros cobrados
quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco.

Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário.
Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram
menos, o que restringe o aumento dos preços.

No caso de redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas
compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente.

Quando isso acontece, há falta de produtos no mercado, e os que
existem ficam mais caros -é a chamada lei da oferta e da procura.
Alta é boa para algumas aplicações

Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as
aplicações financeiras. Isso é bom para os investidores brasileiros e
também para os estrangeiros que procuram o país.

Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo,
recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos.

Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais
receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.

Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário,
também se torna mais difícil a criação de empregos.

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes
da política monetária e definir a taxa de juros.

(Com informações da Reuters)

Fonte: Uol

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