RIO - A Petrobras enxerga uma diferença entre a oferta e a demanda projetadas para o gás natural no país em 2020. De acordo com o Plano Estratégico Petrobras 2020, a oferta atual de gás, contando a produção brasileira, a capacidade dos terminais de regaseificação e o gás vindo da Bolívia é de 106 milhões de metros cúbicos por dia e saltará para 149 milhões de metros cúbicos diários em 2015 e 173 milhões de metros cúbicos por dia em 2020.
A demanda, puxada principalmente pelas termelétricas e a pela própria Petrobras para refino e produção de fertilizantes, saltará de 96 milhões de metros cúbicos por dia em 2011 para 151 milhões de metros cúbicos por dia em 2015, e 200 milhões de metros cúbicos diários em 2020.
"Temos diferença, mas tempos tempo suficiente para tomar decisões no momento adequado para suprir a demanda", afirmou o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, garantindo que a empresa tomará as medidas necessárias para evitar que a diferença prevista se confirme em 2020.
A oferta de gás natural nacional para o mercado brasileiro deverá saltar, segundo a projeção da empresa, de 55 milhões de metros cúbicos por dia em 2011 para 78 milhões de metros cúbicos em 2015 e 102 milhões de metros cúbicos diários em 2020.
A oferta de gás boliviano deverá se manter estável em 30 milhões de metros cúbicos por dia em todo o período, enquanto a oferta via terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) deverá passar dos atuais 21 milhões de metros cúbicos por dia em 2011 para 41 milhões de metros cúbicos em 2015 e 2020.
Do lado da demanda, a expectativa da estatal é de que o gás necessário para operação das térmicas pule de 38 milhões de metros cúbicos por dia em 2011, para 59 milhões de metros cúbicos diários em 2015, e 76 milhões por dia em 2020. A demanda das distribuidoras estaduais deverá saltar de 41 milhões de metros cúbicos por dia em 2011 para 53 milhões de metros cúbicos diários em 2015 e 63 milhões de metros cúbicos por dia em 2020.
A demanda da companhia para refino e produção de fertilizantes saltará de 18 milhões de metros cúbicos por dia em 2011 e 39 milhões de metros cúbicos diários em 2015. Em 2020, serão 61 milhões de metros cúbicos por dia.
A diretora de gás e energia da companhia, Maria das Graças Foster, afirmou que a estimativa atual de oferta feita pela companhia considera a construção do terceiro terminal de regaseificação de GNL, na Bahia, que deverá entrar em operação no começo de 2014. A decisão sobre um possível quarto terminal para atender a demanda nacional deverá ser tomada, segundo ela, "daqui a dois anos", quando haverá uma estimativa mais próxima sobre o volume de gás que a companhia produzirá em 2020.
Sobre o escoamento do gás natural produzido nos campos BM-S-9 e BM-S-11, no pré-sal da bacia de Santos, Maria das Graças destacou que foi escolhida a "Rota 3", o que significa a construção de gasoduto, cuja rota ainda não foi definida.
(Rafael Rosas e Juliana Ennes | Valor)
Fonte: Uol
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