04/07/2011

Presidente do Casino vem ao Brasil conversar com o BNDES

O plano do Carrefour de fundir suas operações no Brasil com o Pão de
Açúcar parecia instável nesta segunda-feira, apesar da aprovação do
conselho do Carrefour ao negócio. A varejista rival Casino, sócia do
grupo brasileiro, busca impedir o financiamento para a operação.

Uma fonte próxima ao assunto afirmou à Reuters que o
presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, estava a caminho
do Brasil para negociar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), que disse que não arcará com os prometidos US$
2,4 bilhões de dólares para a união se o Casino não aprovar a operação
proposta.

O Carrefour, enfraquecido por três alertas de lucro, precisa crescer
rapidamente em mercados emergentes como o Brasil para compensar vendas
fracas em seu mercado doméstico. O acordo criaria uma varejista com
vendas de mais de 30 bilhões de euros (US$ 43,6 bilhões) e levaria a
sinergias anuais estimadas entre 600 milhões e 800 milhões de euros,
afirmou a rede francesa.

O Casino, sócio do empresário Abilio Diniz no controle do Pão de
Açúcar, perderia uma importante fonte de crescimento e acabaria com
uma fatia minoritária na nova companhia.

A fonte disse que Naouri deve se encontrar com o presidente do BNDES,
Luciano Coutinho. O Casino não comentou o assunto.

Mais cedo, nesta segunda-feira, o conselho de administração do
Carrefour apoiou o plano de fusão, estratégia que pode elevar a
proporção das vendas vinda de mercados em crescimento para mais de 40%
em 2013, informou a companhia.

"Esta transação, se completada, vai levar à criação de uma grande
empresa de varejo no Brasil, o terceiro maior mercado do mundo em
termos de gasto com alimentos", informou o Carrefour.

Por sua vez, o Casino afirmou em comunicado que o apoio do Carrefour à
fusão pode implicar em responsabilização da rede "e dos membros do seu
conselho por aceitarem, apesar de repetidos alertas, uma transação
hostil, resultado de negociações ilegais".

Em série de entrevistas concedidas no Brasil na semana passada, Diniz
afirma que não violou o acordo de acionistas que mantém com o Casino
por meio da holding Wilkes e que chegou a informar o presidente do
Casino sobre a ideia de fusão com o Carrefour.

Fonte: Folha.com

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