17/05/2011

Com margens recordes, resultados da BR Foods surpreendem analistas

Com um resultado considerado positivo pelas principais corretoras, a
Brasil Foods (BRFS3) encerrou o primeiro trimestre de 2011 com ganhos
nas margens de rentabilidade, impulsionados pela boa performance da
empresa tanto no mercado interno como no externo.

No mercado interno o faturamento foi de R$ 3,6 bilhões, acréscimo de
16,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2010, não obstante, a
receita no mercado externo apresentou aumento de 17,7% na mesma base
comparativa, indo para R$ 2,4 bilhões.

O aumento da receita interna foi provocado pelo aumento nos volumes e
preços para o segmento de carnes in natura (+22,9% e +21,9%,
respectivamente), para o segmento de elaborados e processados de carne
(+7,6% e 13,3%) e nos Lácteos (+8,7 e +6,7%), explica a analista
Mariana Marcolin Peringer, do BB Investimentos.

Outro ponto que merece atenção nos resultados da empresa é a queda de
65% das despesas financeiras líquidas em comparação com o primeiro
trimestre do último ano, caindo de R$ 151,8 milhões para R$ 52,3
milhões. De acordo com o BB Investimentos, a queda foi provocada pelo
alongamento da dívida de curto prazo aliada às menores taxas de juros.

Margem ebitda em nível recorde para o período
Por sua vez, os analistas do Citigroup consideram os resultados
"extremamente fortes", com destaque para a margem Ebitda, que atingiu
um patamar recorde de 13,6% no primeiro trimestre - sazonalmente mais
fraco - com crescimento de 4,8 pontos percentuais na comparação com o
primeiro trimestre do último ano.

Com isso, o Citigroup aponta que os ganhos de sinergia da companhia se
tornaram aparentes, vindo acima das expectativas consensuais e
superando o guidance projetado pela companhia para 2011.

Preços de exportação crescem, receitas avançam
Segundo Gabriel Vaz de Lima, analista do Santander, o destaque dos
resultados ficou por conta dos preços de exportação, com a receita
líquida de R$ 6,02 bilhões vindo 3% acima das projeções do banco e 1%
acima das estimativas consensuais.

O aumento dos preços externos foi um dos motivos que provocou o
aumento dos níveis de faturamento, explica o analista, apontando o
acréscimo de 17% nos preços de exportação da carne de frango na
comparação anual, valor consideravelmente acima dos 9% estimados pelo
banco.

Complementando, Mariana afirma que o Oriente Médio representou
aproximadamente 36% do total da receita da companhia, enquanto o
Extremo Oriente representa 21,2%. Segundo a analista do BB, tanto o
Oriente Médio como o Japão continuam mostrando aumento nos níveis de
consumo, mesmo após os conflitos internos e os desastres naturais que
aconteceram em ambos os países, respectivamente.

Recomendações e projeções
Acreditando na manutenção da demanda do setor de alimentos, o BB
aponta também a sustentação dos preços, que tem sido administrado
com"excelência" pela Brasil Foods, afirma Mariana.

Com isso, o BB recomenda a compra dos papéis da companhia, com um
preço-alvo projetado para o final do ano em R$ 34,30, equivalente a um
potencial de valorização de 15,29%, com base na cotação do último
fechamento (16).

Não obstante, o Santander também recomenda a compra dos papéis da
empresa, apoiado nas projeções de melhora nos ganhos em função do
aumento dos preços de exportação. O preço-alvo projetado pelo
Santander para o final do ano é de R$ 40,00, equivalente a um upside
de 34,45%.

Por outro lado, os analista do Citigroup recomendam a venda dos ativos
BRFS3, com um preço-alvo de R$ 31,00, o que equivale a um potencial de
valorização de 4,20%, com base na cotação do último fechamento.

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: