16/05/2011

Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta segunda-feira

Depois de abrir em território negativo, o Ibovespa apresenta alta de 1,11% nesta segunda-feira (16), dia marcado por uma agenda que mostra pouco avanço da inflação no Brasil, por resultados corporativos e por mais um capítulo na história da crise fiscal dos países da Zona do Euro, com o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, detido no final de semana em Nova York, sob a acusação de tentativa de estupro.

A prisão de Strauss-Kahn ocorre após o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmar na sexta-feira que o plano de auxílio financeiro à Grécia não deve ser cumprido. Desta forma, a maioria dos principais índices acionários da Europa apresenta queda na sessão. Nos Estados Unidos, o movimento é de volatilidade, ainda mais depois da divulgação de dados que mostraram queda na atividade industrial na região de Nova York em maio, de 21,7 pontos para 11,9 pontos na comparação com abril, que contrariou a projeção de 18,0 pontos.

No Brasil, os indicadores de inflação tranquilizam os investidores: o boletim Focus mostrou queda na expectativa do IPCA (de 6,33% para 6,31% ao ano) e a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou o IGP-10, que registrou em maio variação de 0,55%, ante 0,56% em abril. Já o IPC-S de 15 de maio apresentou variação de 1,09%, 0,04 ponto percentual acima da taxa registrada na última divulgação.

Na Ásia, o Japão viu o índice Nikkei fechar em queda com o governo insistindo que só investirá na Tokyo Electric Power caso os bancos perdoem parte das dívidas da companhia. O índice Shanghai Composite, da bolsa de Xangai, China, revelou um pregão de perdas. No entanto, o foco recai sobre ações de empresas ligadas às commodities, já que as energéticas e algumas das metálicas registram um movimento negativo em suas cotações.

Petrobras
Os investidores reagem positivamente à divulgação de resultados da Petrobras (PETR3, R$ 27,33  3,52%; PETR4, R$ 24,15, 2,68% ) e as ações da blue chip sobem no pregão. A empresa reportou lucro líquido recorde de R$ 10,98 bilhões no primeiro trimestre, valor 42,18% superior àquele do mesmo período de 2010 e 13,66% acima do esperado por analistas. Por outro lado, a receita de R$ 54,8 bilhões frustrou as projeções em 3,89%, enquanto o Ebitda (geração operacional de caixa) de R$ 16,09 bilhões veio em linha. A petrolífera suspendeu o anúncio de seu plano de investimentos para o período de 2011 a 2015, uma vez que o conselho de administração da empresa solicitou "estudos e análises adicionais".

Setor de energia
Outro destaque de alta é a Light (LIGT3, R$ 29,86, 5,10%), que revelou que seus ganhos decresceram 26% entre o primeiro trimestre de 2010 e de 2011, para R$ 166,3 milhões. O valor foi pressionado pelo aumento nos custos de energia comprada, revelou a empresa. Do mesmo modo, o Ebitda se retraiu para R$ 435 milhões, enquanto a receita líquida refletiu o aumento no consumo e acumulou uma alta de 7,4%, a R$ 1,83 bilhão.

O setor de energia elétrica também conta com outros dados. A Cesp (CESP6, R$ 30,34, 0,73%), que sobe na sessão, mostrou uma evolução de 117,1% do lucro líquido, aos R$ 60,99 milhões, enquanto a receita líquida e o Ebitda ajustado avançaram 4,4% e 10,5%, respectivamente. A companhia também revelou o pagamento de R$ 25,0 milhões aos acionistas sob a forma de juros sobre capital próprio.

A Cteep (TRPL4, R$ 50,99,1,53%) sobe no pregão depois da alta de 35,7% da receita líquida e de 16,2% do Ebitda. A empresa ainda observou uma queda de 0,5% em seu lucro líquido, com o aumento das despesas financeiras, operacionais e com pagamentos com imposto de renda e contribuição social.

Telebrás
A Telebrás (TELB4, R$ 6,10, 4,81%) assinou um contrato com a Petrobras para utilizar 2.000 quilômetros da rede de fibra ótica da petrolífera para a região sudeste do país no âmbito do Plano Nacional de Banda Larga. Logo após o acordo, as ações reagem com forte valorização. Resta que a Petrobras aprove os projetos da Telebrás para cada ponto de presença – locais nos quais são instaladas a infraestrutura necessária para a prestação dos serviços. A operação custará R$ 94,95 ao mês por par de fibra por quilômetro, sendo que a Telebras possui seis meses de carência para iniciar os pagamentos. No entanto, ainda não há um posicionamento oficial sobre qual será o valor total desta operação.

Bradespar
As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 37,04, 0,38%) também sobem depois da empresa ter informado que fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 623,78 milhões, uma alta de quase 300% em relação ao mesmo período de 2010, e o melhor de sua história.

TAM
A TAM (TAMM4, R$ 34,37, -0,98%) conseguiu reverter o prejuízo registrado no início de 2010 e fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 128,8 milhões. Porém, as despesas da empresa subiram 16% em relação ao mesmo período de 2010, para R$ 2,932 bilhões. "O aumento se deve principalmente ao aumento das despesas com combustíveis, pessoal e manutenção e reparos", afirma a companhia, que vê suas ações caírem nesta sessão.



Marfrig
No mesmo sentido, a Marfrig (MRFG3, R4 14,53, -1,42%) cai após revelar seu desempenho, no qual reverteu o prejuízo de R$ 52 milhões registrado no primeiro trimestre de 2010 e lucrou R$ 25,2 milhões no mesmo período deste ano. O Ebitda e a receita líquida avançaram 5,7% e 64,3%, respectivamente. O CEO e fundador da empresa, Marcos Molina, mostrou-se otimista com os números, que simbolizaram o melhor desempenho da empresa, em termos de receita, para um primeiro trimestre.



Brasil Foods
Brasil Foods (BRFS3, R$ 30,06, -0,63%) cai na sessão. Na divulgação dos resultados, feita após o fechamento do pregão de sexta, a empresa revelou que seu lucro líquido cresceu a um ritmo quase 67% acima das projeções da Ágora Corretora, para R$ 383,5 milhões. "Estamos crescendo no mercado interno e externo com eficiência, ganhando escala e lucratividade e implementando nosso plano estratégico de longo prazo - o BRF 15", disse o diretor-presidente da companhia, José Antonio do Prado Fay.

BM&F Bovespa
As ações da BM&F Bovespa (BVMF3, R$ 11,64, 0,87%) sobem neste pregão em que os investidores devem prestar atenção ao cenário internacional, uma vez que a concorrente Nasdaq retirou a proposta para aquisição da NYSE, em um processo que se desenrola desde o início do ano e indica para uma fusão da última com a Deutsche Boerse.

Minerva
Fora do Ibovespa, o Minerva (BEEF3, R$ 6,10, 0,33%) revelou na última sexta-feira que contratou o BTG Pactual como formador de mercado pelo período de 12 meses, que poderá se prorrogar por mais um ano caso não haja manifestação contrária de nenhuma parte. O objetivo da operação é o de aumentar a liquidez das ações ordinárias.

Energias do Brasil
Em meio a uma temporada de diversas ofertas de ações, a EDP Energias do Brasil (ENBR3, R$ 37,94, -5,41%) anunciou na última sexta-feira que pode trilhar o mesmo caminho ainda neste ano, após receber um comunicado de sua controladora Energias de Portugal, no qual afirma-se que o conselho de administração da empresa aprovou o início de uma emissão pública secundária de até 14% do capital social da EDP Energias do Brasil.

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: