defendeu nesta quinta-feira um yuan mais forte ao assinalar que a
valorização da moeda chinesa ajudaria o país a criar um novo modelo de
crescimento mais orientado em direção à demanda interna.
"A médio prazo, um yuan mais forte seria um importante componente à
hora de reequilibrar a economia em direção à demanda doméstica",
indicaram os diretores executivos do FMI ao analisarem as conclusões
do relatório anual da economia chinesa, divulgado nesta quinta.
Vários membros do Conselho Executivo, integrado por 24 diretores que
representam os 187 países do organismo, consideraram que um iuane mais
forte é um pré-requisito para reformar o marco macroeconômico do país
e estimular a liberalização financeira.
O estudo ressalta ainda que as perspectivas econômicas a curto prazo
do gigante asiático seguem "pujantes", e prevê um crescimento de 9,6%
para este ano e de 9,5% para o próximo.
O FMI alertou, porém, que a inflação continua sendo um risco para o
país, sobretudo devido aos elevados preços dos alimentos e das
matérias-primas.
Apesar dos riscos, o organismo prevê que as pressões inflacionárias
diminuirão devido ao endurecimento da política monetária.
Segundo as projeções da instituição, a China terá uma inflação de 4%
este ano e de 3% em 2012.
Quanto aos desafios, o relatório menciona também a valorização dos
ativos e o rápido crescimento do crédito.
Nesse ambiente, o FMI considera justificado um maior endurecimento das
políticas monetárias.
O órgão elogiou os passos adotados por Pequim para frear a valorização
do setor imobiliário e destacou que para evitar bolhas imobiliárias
será necessário encarecer o acesso ao capital, além de maiores
impostos sobre os imóveis.
O organismo multilateral também elogia a importância que o plano
econômico a longo prazo da China outorga à melhora das redes de
proteção social, assim como às medidas para aumentar a renda das
famílias e o papel dos mercados na distribuição dos recursos.
Os membros do conselho executivo incidiram que uma mudança no padrão
de crescimento estável da China teria consequências "adversas" para o
resto do mundo e, por fim, avaliaram que a combinação da valorização
do iuane com medidas que consigam reequilibrar o modelo de crescimento
trariam "vantagens substanciais" tanto para a China quanto para os
outros países do globo.
A China baseou seu fulgurante crescimento econômico na fortaleza de
seu setor exportador, um modelo que agora tenta mudar para pôr mais
ênfase na demanda interna.
O FMI insistiu em diferentes ocasiões que os países com superávit como
a China necessitam estimular mais sua demanda doméstica, enquanto os
deficitários, como os EUA, com um modelo muito dependente do consumo
interno, precisam fazer a operação contrária.
Fonte: Uol
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