01/07/2011

Fusão de varejistas pode trazer novas "habilidades" ao Brasil, diz "Economist"

A fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour no Brasil, se concretizada,
teria a vantagem de trazer novas "habilidades" ao país e "talvez
ajudasse o novo empreendimento a entrar em outros mercados", opina
reportagem da revista "The Economist" publicada nesta quinta-feira.

A reportagem diz que os políticos brasileiros estão preocupados com o
fato de o Brasil estar se consolidando principalmente um exportador de
commodities.

"Então, estão entusiasmados (com a ideia de) criar campeões nacionais
em outros setores, mesmo que sejam parcialmente controlados por
estrangeiros", diz o texto, agregando que o know-how trazido pela rede
varejista francesa poderia ajudar a ampliar ao exterior os negócios do
novo empreendimento.

Mas a "Economist" também cita os empecilhos da fusão pretendida pelo
empresário Abílio Diniz, com aporte que pode chegar a R$ 3,9 bilhões
do BNDES.

Primeiro, lembra que as negociações provavelmente passarão pelo
escrutínio do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para
verificar se haverá excesso de concentração de mercado nas mãos do
novo empreendimento

Além disso, existem as desavenças com o grupo Casino, também francês e
detentor de grande parcela do Pão de Açúcar.

"O Casino se sente traído", escreve a "Economist". "Estava prestes a
tomar controle da maior varejista em um dos mercados mais
efervescentes. Em vez disso, pode acabar como um acionista marginal.
(...) E provavelmente vai levar suas queixas diante da imprevisível
Justiça brasileira."

'Atrativos óbvios'

Ao mesmo tempo, a reportagem diz que o Carrefour tem passado "por maus
bocados" na França, onde "tentou, por anos, reavivar o setor de
hipermercados, sem muito sucesso".

Diante disso, o negócio com o Brasil tem "atrativos óbvios" –entre
eles, a revista cita um mercado ainda "fragmentado" no país, uma
economia crescente, uma democracia estável e uma população jovem.

"A nova companhia (criada pela eventual fusão) teria vendas combinadas
de R$ 69 bilhões e uma fatia de 21% do terceiro maior mercado
supermercadista depois dos EUA e da China."

Fonte: Uol

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