07/07/2011

Imóveis: com alta de preços, especialistas comentam se é melhor comprar ou alugar

SÃO PAULO – Comprar um imóvel à vista ou investir o valor e, com o
rendimento, pagar aluguel? Com o preço dos imóveis cada vez mais caro,
a segunda alternativa tem sido cogitada por muitas pessoas.

Fazendo uma conta simples, se o percentual do aluguel em relação ao
imóvel for menor do que o rendimento do investimento, a aplicação
financeira pode ser uma alternativa mais interessante.

"O preço dos imoveis reajustou muito nos últimos 3 e 4 anos, e os
aluguéis não acompanharam essa valorização tão acentuada. Em muitos
lugares, o aluguel está 0,3% do preço do imóvel. Nesta condição, você
pode investir em uma aplicação com risco baixo, pagar o aluguel e
ainda ganhar a diferença", afirma o vice-presidente do IBEF (Instituto
Brasileiro de Executivos de Finanças) e ator do Livro "Imóveis", Luiz
Calado.

O planejador financeiro Valter Police concorda. "Se você fizer o
cálculo, financeiramente, é muito provável que aplicando o dinheiro e
alugando o imóvel você consiga ter uma vantagem financeira. Mas isso
vai depender do imóvel e da aplicação financeira que você escolher",
afirma Police.

Valorização do imóvel
Entretanto, eles lembram que também é preciso levar em consideração a
valorização do imóvel. "Os imóveis estão em um patamar de preços
bastante elevado. Não dá para saber se vão continuar se valorizando ou
se haverá uma queda nos preços daqui para frente. Se eles continuarem
a se valorizar, aplicar o dinheiro pode não ser o melhor negócio, mas
se desvalorizarem, aí sim o investimento terá sido a melhor
alternativa", afirma o planejador.

O vice-presidente do Ibef também aponta este risco. "Se o preço dos
imoveis continuar subindo, a pessoa pode não conseguir comprar o
imóvel depois daqui a alguns anos com aquele valor aplicado", pondera.

Entretanto, na opinião do especialista, após a valorização dos imóveis
nos últimos anos, existe uma tendência de que os preços não subam mais
e começem a cair nos próximos meses. "O mercado é cíclico e sinto que
estamos chegando em uma máxima. Assim, o preço dos imóveis pode se
estabilizar, e perder valor por conta da inflação, ou então cair, o
que é bastante provável", acredita.

Perfil
Para Police, o perfil do comprador de imóvel ou futuro investidor é
importante para decidir por uma das duas opções. "Tem pessoas que
fazem questão de morar em um imóvel próprio, de ter a segurança de
saber que aquele bem está em seu nome", afirma Police.

Para estas pessoas, segundo ele, vale mais a pena comprar o imóvel com
o dinheiro do que fazer uma aplicação financeira. "A idade também
conta bastante. Geralmente, as pessoas mais velhas possuem um perfil
mais conservador e preferem investir em imóveis", afirma. Neste caso,
ele afirma que é melhor não ir contra a sua própria lógica.

Parte à vista e parte financiada
O professor da PUC – SP (Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo) e diretor da Metha Consultoria, Claudemir Galvani, aponta uma
outra alternativa, caso a pessoa tenha em mãos o valor total do
imóvel: dar parte do valor de entrada e financiar o resto, com uma
taxa de juros menor do que o rendimento da aplicação. "Você paga, por
exemplo, 30% do imóvel e financia os outros 70%. Este dinheiro que
você tinha, mas não usou para pagar o imóvel, pode ir para uma
aplicação financeira que pague juros maiores do que o financiamento",
afirma Galvani.

Segundo o professor, esta é uma alternativa para ganhar com o
rendimento da aplicação e ainda se beneficiar da possível valorização
do imóvel. "Diferentemente de alugar o apartamento, você vai ter o
imóvel em seu nome e assim poderá vendê-lo depois, com valorização",
ressalta.

Já Valter Police discorda. "É muito difícil conseguir uma aplicação
que renda mais do que o custo efetivo total do financiamento. Não dá
para comparar apenas os juros da aplicação com os juros do
financiamento. Tem uma série de impostos e seguros que fazem o custo
efetivo total bruto ser mais alto", conclui.

Fonte: InfoMoney

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