07/07/2011

PERSPECTIVA INFRAESTRUTURA: Investimentos tornam concessionárias atrativas

   São Paulo, 7 de julho de 2011 - A perspectiva de aumento nos investimentos

em infraestrutura no País levou as concessionárias de rodovias Companhia de

Concessões Rodoviárias (CCR), Obrascon Huarte Lain (OHL) e Ecorodovias a

algumas carteiras de recomendação para julho. Segundo a analista Mônica

Araújo, da Ativa Corretora, estas empresas estão bem posicionadas para receber

 esses aportes.

 

   A Ativa mantém a CCR em sua carteira desde junho. "Esta concessionária é

mais voltada para o segmento rodoviário, mas começou a se voltar para outros

setores, como a operação da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo. Isso

mostra que a empresa está olhando outras oportunidades no setor", explica.

 

   Além disso, avalia a analista, existe a expectativa de que haja uma

mudança no estatuto da empresa para a entrada em outras atividades, como as

concessões de aeroportos. "A CCR se mostra como um player com uma seleção

criteriosa de portfólio e também com uma grande capacidade de gestão. A

empresa tem um critério claro de onde pode crescer", observa.

 

   Mônica Araújo considera que o setor de concessões rodoviárias é

interessante para o investidor graças às garantias de receitas, que provêm do

aumento do tráfego de veículos e dos reajustes para cobrança de pedágios de

 acordo com a inflação.

 

   A analista da Ativa afirma ainda que a OHL, apesar de não constar

atualmente da carteira de investimentos da corretora, também é uma opção

atrativa para o investidor. "Na nossa avaliação, a OHL está bem posicionada

no mercado, mas está em um patamar pouco inferior à CCR em relação ao

portfólio, visto que esta última empresa saiu vitoriosa do último leilão de

rodovias", explica. Ainda de acordo com ela, a corretora não tem acompanhado

os resultados da Ecorodovias.

 

   Apesar de a corretora Socopa ter apenas a OHL em sua carteira recomendada,

os papéis da CCR e da Ecorodovias também são boas opções aos investidores,

afirma o analista-chefe Osmar Camilo. "As duas empresas atuam também na área

de logística. A CCR participa de consórcio de metrô em São Paulo, enquanto a

Ecorodovias opera pátios logísticos no litoral, locais que concentram

importações e exportações".

 

   "Nós temos a OHL como preferência devido à sua experiência no setor e

ao múltiplo de mercado. Também projetamos parcerias entre o governo e a

iniciativa privada para administrar aeroportos, o que deve beneficiar a

empresa", explica.

 

   Lembrando o perfil defensivo dos papéis do segmento, Camilo recomenda ainda

que o investidor não deve ficar focado apenas nas concessionárias de

rodovias. Desta forma, as perdas sofridas em uma área podem ser compensadas por

 ganhos em outra.

 

  O analista Luiz Otávio Broad ressalta que o investimento nas

concessionárias tem um perfil defensivo. Em relatório divulgado no mês

passado, a Ágora considerou que o aporte nesse tipo de ação é "uma forma de

 se defender contra o aumento de inflação no país".

 

   "As tarifas dos pedágios são geralmente reajustadas segundo o Indice

Geral de Preços Mercado (IGP-M) ou o Indice de Preços ao Consumidor Amplo

(IPCA). Além disso, o fluxo nas rodovias tem uma relação entre 1,1% e 1,2% do

Produto Interno Bruto (PIB). Ainda de acordo com o relatório da Ágora, a OHL

pretende injetar R$ 4,3 bilhões entre 2011 e 2015, com o apoio do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

   O analista Osmar Camilo destaca que o País tem necessidade de grandes

investimentos em infraestrutura, o que tende a fazer com que as empresas do

setor de concessões rodoviárias diversifiquem suas atividades. "Ainda existe

uma série de rodovias que devem passar a ser operadas por concessionárias",

afirma.

 

Rodolfo Albiero / Agência Leia

 

Fonte: Um Investimentos

Nenhum comentário: