Weruska Goeking (wgoeking@brasileconomico.com.br)
Caixa da empresa era de R$ 2,756 bilhões e a dívida líquida somava R$ 2,847 bilhões
Perda de valor, desde o início de 2011, é de 63,39%. Primeiro trimestre fraco justifica desempenho.
Os papéis da Hypermarcas (HYPE3) acumulam a maior perda do ano no Ibovespa, com queda de 63,39% até terça-feira (4/10) e recuo de 3,42% no último pregão, com ações cotadas a R$ 8,20.
A queda teve como principal vilão os resultados negativos do primeiro trimestre, que fizeram o papel cair mais de 10% em apenas um dia.
"Muitas casas rebaixaram o preço-alvo, o que pressionou bastante a cotação", afirma Cauê de Campos Pinheiro, da SLW Corretora.
O banco Fator e o HSBC foram alguns dos que reduziram a previsão para os papéis.
Mesmo com o fraco desempenho, Felipe Miranda, analista da casa de análise de ações Empiricus Research, acredita que o último trimestre deve mostrar uma retomada, com recuperação de aproximadamente 50% das perdas dos papéis.
"A ação está barata demais, o mercado exagerou no pessimismo com a empresa".
Ele credita a derrocada das ações na bolsa paulista também à mudança de postura perante ao mercado no início do ano, privilegiando margens sobre os produtos em detrimento da quantidade de vendas e até mesmo da participação de mercado.
"A empresa pegou o mercado estocado e os volumes de vendas caíram mais do que esperavam. É a grande incerteza do momento: qual é a atual situação dos atacadistas?".
Soma-se a isso a dúvida com relação à inflação, que já rondava os mercados e que segue pressionando o desempenho de empresas e ações do setor de consumo interno.
Há ainda a compra da Mantecorp, mal vista pelo mercado, que considerou caro o preço. A Hypermarcas pagou R$ 2,5 bilhões pela farmacêutica.
"As ações digeriram isso no começo do ano. Isso pressionou a cotação porque a Hypermarcas já vinha fazendo aquisições em um momento difícil. Ela estava comprando alguma empresa, em um apetite exagerado por aquisições", diz Miranda.
De acordo com o último demonstrativo financeiro apresentado pela empresa, do segundo trimestre, o caixa era de R$ 2,756 bilhões e a dívida líquida somava R$ 2,847 bilhões.
Com a alta do dólar, alguns investidores passaram a ver esse fator como mais um empecilho.
"Uma eventual venda não deixaria de melhorar o perfil da dívida", diz Pinheiro.
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