28/10/2011

Oi reduz investimentos e faz planos para ganhar mercado em celular

Por Marcelo Mota | Do Rio

A operadora de telefonia Oi reduziu ontem a sua projeção de investimentos para o ano. O corte, segundo o diretor de finanças e relações com investidores da companhia, Alex Zornig, equivale a aproximadamente 10% dos R$ 5 bilhões estimados anteriormente e se deveu, sobretudo, à dificuldade dos fornecedores de equipamentos de banda larga para atender a demanda.

De acordo com ele, porém, os efeitos dos investimentos feitos ao longo de 2011 já se fazem notar. No segmento de telefonia móvel, por exemplo, a Oi acredita que poderá liderar a adição líquida de novos usuários antes do fim do ano.

"No ano passado, demos uma parada na empresa para gerar caixa. No fim de 2010, já começamos a crescer", disse Zornig em conferência telefônica com jornalistas para apresentar os resultados da Oi no terceiro trimestre.

Entre julho e setembro, a Oi investiu quase R$ 1 bilhão, 60% mais que no mesmo período do ano anterior. Nos nove primeiros meses deste ano, o investimento foi de R$ 2,8 bilhões, o dobro do mesmo período de 2010. Até o fim do ano, Zornig estima alcançar até R$ 4,6 bilhões.

Do bilhão investido no último trimestre, aproximadamente um quarto foi alocado no serviço de telefonia móvel. Do restante, aproximadamente 90%, segundo o executivo, destinaram-se à banda larga, principalmente no aumento da velocidade de transmissão de dados. "Para mais de um milhão de clientes, já podemos oferecer velocidade acima de 5 megabits."

No segmento de telefonia móvel, a Oi espera ter um quarto do mercado até 2014. Para cumprir essa meta, a operadora - última das grandes a prestar o serviço -, tem que abocanhar mais de 6% do mercado, do qual detém atualmente 18,8%, conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Segundo Zornig, em setembro a companhia já havia deixado para trás a Claro e era a terceira colocada no ranking de adição líquida de usuários, apurado pela Anatel. No terceiro trimestre, a Oi adicionou a sua base móvel 1,3 milhão de clientes. A adição bruta foi de 6,5 milhões de usuários no mesmo período.

E esse crescimento, ele fez questão de frisar, não se dá em detrimento da qualidade, graças à limpeza promovida pela Oi na base, no primeiro semestre deste ano. Segundo ele, entre os planos pré-pagos, 65% dos usuários fazem recargas mensais.

O crescimento em móvel e banda larga, porém, ainda não é suficiente para compensar o declínio em telefonia fixa. O lucro líquido da Oi no terceiro trimestre, de R$ 426,2 milhões, ainda ficou 20,8% abaixo do ganho observado em igual período de 2010.

A base de clientes cresceu 1,7% frente ao segundo trimestre e a receita média por usuário (Arpu) ficou em R$ 22,2 no terceiro trimestre, 2,8% superior ao trimestre anterior.

A receita líquida da empresa foi de R$ 6,940 bilhões, 5,5% menor que no terceiro trimestre de 2010. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 2,467 bilhões, 11,7% abaixo do terceiro trimestre do ano passado.

 

 

 

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