21/10/2011

S&P: notas de países da Zona do Euro podem sofrer cortes em cenário de recessão

 SÃO PAULO - A Standard and Poor's afirmou nesta quinta-feira (20) que provavelmente rebaixaria os ratings de crédito da França, Espanha, Itália, Irlanda e Portugal se a Zona do Euro mergulhar em outra recessão, o que muitos economistas acreditam ser possível.

As notas dos bancos da região também seriam cortadas sob os dois cenários possíveis analisados pela agência de classificação de risco. "Esses cenários de estresse não são nossa principal projeção, mas uma simulação dos acontecimentos prováveis se esses eventos hipotéticos ocorrerem", destacou a S&P.

"Embora nossos cenários levem em conta variáveis discutíveis, acreditamos que ilustram a direção geral provável sob as condições fornecidas", acrescentou.

A S&P analisou dois dois cenários possíveis: uma recessão em W nos próximos quatro anos e uma recessão em W com aumento de custos de empréstimos para empresas. O segundo cenário não inclui governos ou bancos, pois "consideramos que os mecanismos de apoio da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) manteriam os custos baixos para países em dificuldade, e nós assumimos que o BCE (Banco Central Europeu) forneceria efetivamente apoio ilimitado para os bancos da Zona do Euro durante 2011 até 2014", disse.

A reunião da UE no domingo "provavelmente trará novos desenvolvimentos e vamos incorporá-los no nosso cenário de análise assim que forem divulgados", acrescentou a agência.

Impactos
Uma recessão sozinha seria o suficiente para rebaixar as classificações dos cinco países em um ou dois graus, uma vez que o aumento dos déficits de orçamento e dos custos da recapitalização dos bancos elevariam "significativamente" os empréstimos dos governos. Os mecanismos atuais de financiamento da UE e do FMI são suficientes para apoiar as exigências de empréstimo da Grécia, Irlanda e Portugal e uma "pequena parte" para Itália e Espanha.

"Essa rede de segurança, no entanto, seria insuficiente, se as condições piorarem de acordo com as linhas sugeridas em nossos cenários de estresse, elevando o nível de apoio para a Itália e a Espanha", afirmou a S&P.

Nesses piores cenários, os ratings dos bancos também estariam sob pressão, com grandes bancos da Alemanha e da França enfrentando rebaixamentos de um ou dois graus, enquanto a maioria dos bancos na Itália poderiam sofrer downgrade de dois a quatro graus.

"Assumimos que os bancos centrais forneceriam ampla liquidez aos bancos necessitados para evitar uma quebra generalizada, embora os ratings dos bancos sem dúvida sofreriam pressão", disse a agência.

 

 

 

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