21/10/2011

Fundo europeu poderá comprar e emitir dívida

 

Autor(es): Por Dow Jones Newswires | De Berlim

Valor Econômico - 21/10/2011

 

Esboço de um texto apresentado para legisladores alemães nesta quinta-feira detalha como o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) pode implementar os princípios básicos acordados pelos líderes europeus em julho. As diretrizes traçadas dão ao fundo a capacidade de comprar dívida soberana diretamente dos países, emitindo novos títulos ou no mercado aberto.

No documento, ao qual a Dow Jones Newswires teve acesso, consta que as decisões sobre compra da dívida no mercado aberto devem exigir aprovação do grupo de trabalho do Eurogrupo e do Conselho do EFSF, implicando que as decisões podem ser tomadas rapidamente por representantes da União Europeia, e não por meio de um processo político complicado. Deve haver apenas informação pública limitada sobre a compra de títulos, com o volume das compras, estrutura e táticas definidas em segredo por uma subcomissão do grupo de trabalho do Eurogrupo.

Assim, o EFSF deve substituir o Banco Central Europeu (BCE) em seu papel de intervir nos mercados da dívida soberana, mas o escopo para ação do fundo deve ser mais restrito. O fundo de resgate, por exemplo, deve ter permissão somente para comprar bônus denominados em euros no mercado aberto que são emitidos pelo setor público.

Quanto às compras de papéis diretamente de emissores, a ação do EFSF deve ficar restrita a países que já recebem ajuda ou crédito preventivo e ser limitada a 50% da oferta total. As compras de bônus soberanos nos mercados primários devem requerer aprovação prévia dos ministros das Finanças da Europa.

O documento apresenta como o EFSF pode administrar seus ativos após os bônus comprados. Pode vender os papéis no mercado secundário, mantê-los até o vencimento ou revendê-los para o país que os emitiu. Uma quarta opção é permitir que o fundo empregue alavancagem limitada de seus ativos. Há a ideia de que o fundo use os bônus como garantias para elevar a liquidez em acordos de recompra com bancos comerciais.

O esboço traz poucas referências à recapitalização dos bancos. Indica que os empréstimos para devem ser tratados como operações convencionais.

 

 

 

 

Nenhum comentário: