10/10/2011

Cinco maiores bancos franceses devem aceitar até 15 bilhões de euros

O banco alemão Deutsche Bank deverá entrar com capital para alavancar as entidades financeiras

 

Crise trouxe dificuldaes aos bancos franceses (Damien Meyer/AFP)

O banco franco-belga Dexia pode ser o primeiro a quebrar por conta da crise

Os cinco maiores bancos franceses estão preparados para aceitar entre 10 bilhões de euros a 15 bilhões de euros do governo, como parte dos novos esforços para elevar a posição de capital dos bancos da zona do euro, conforme reportou o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung citando fontes do mercado financeiro.

O governo francês está ainda pedindo ao Deutsche Bank, o maior banco listado na França, para levantar capital novo, diz o jornal. A demanda por capital coincide com a mudança no foco da crise de dívida da zona do euro para preocupações sobre a estabilidade dos cedentes de crédito do bloco, que enfrentam acesso restrito ao mercado de empréstimo interbancário. Os bancos da Alemanha e da França estão em condições particularmente difíceis, diante da ampla exposição aos bancos da Grécia e aos títulos do governo grego, assim como o banco franco-belga Dexia corre o risco de ser cindido por problemas de liquidez.

O porta-voz do Deutsche Bank recordou as declarações recentes do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, que descartou o uso de capital novo ou intervenção do governo a favor do banco. "O Deutsche Bank, que se distinguiu de outras instituições alemãs ao esquivar-se de ajuda do governo durante a crise financeira, não precisa de capital novo, diante de sua atual posição de capital e de liquidez", disse Ackermann.

Segundo informações divulgadas na sexta-feira, o governo francês quer acesso ao fundo de resgate europeu para dar suporte ao sistema bancário e para comprar bônus soberanos. A Alemanha, entretanto, quer estabelecer limites ao acesso dos países à Linha de Estabilidade Financeira Europeia. A Alemanha também prefere que os bancos tentem primeiro levantar capital via mercado financeiro ou com a ajuda de seus governos nacionais, em vez de dependerem imediatamente do apoio da zona do euro.

Banco Dexia - França e Bélgica descartaram neste sábado planos de quebrar o já afetado banco Dexia e dividir seus ativos para preservar o financiamento de centenas de cidades nos dois países e evitar um aprofundamento da crise da dívida na zona do euro. O Dexia, cujo conselho vai se reunir no domingo, foi forçado a procurar ajuda governamental durante a semana, depois de uma crise de liquidez.

O banco franco-belga à beira do colapso foi adicionado aos temores de investidores sobre a solidez de bancos europeus e coincidiu com a intensificação das conversas na União Europeia sobre uma ação coordenada para recapitalizar bancos pelo continente. A situação levou a agência de classificação Moddy's a alertar, na última sexta-feira, que a classificação dos títulos do governo belga Aa1 poderia cair.

França e Bélgica garantiram o financiamento do Dexia, prepaparando o terreno para um novo resgate do banco, que tem dificuldades para lidar com bilhões de euros de títulos podres acumulados após um plano de expansão ambicioso. Mas há sinais de que detalhes do resgate têm causado transtornos, uma vez que a reunião do conselho, originalmente marcada para sábado, passou para domingo.

Ainda assim, uma fonte próxima das conversas estava confiante que o futuro do banco será determinado antes da abertura dos mercados na manhã de segunda-feira. "O funeral do Dexia será anunciado no domingo", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. O primeiro-ministro belga Yves Leterme e seu colega francês François Fillon conversaram mais cedo por telefone neste sábado e especialistas dos dois países tiveram encontro em Paris para resolver os detalhes do salvamento ao Dexia.

(com Agência Estado e Reuters)

 

 

 

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