19/07/2011

Bolsas devem continuar sob pressão de aversão a risco e volatilidade

SÃO PAULO – Fuga de investidores, volatilidade e incertezas nos EUA e
na Europa. A trajetória do mercado de ações doméstico parece estar
traçada nesta semana, mas já há quem veja espaço para a busca de
oportunidades.

Se ainda há dúvidas entre os analistas sobre a existência ou não de
barganhas, as opiniões são praticamente unânimes em apontar a aversão
ao risco como uma certeza para os próximos dias.

Sintomas
"Não parece haver motivo para alta nos próximos dias", destaca a
equipe de consultores da Rosenberg. Na mesma linha, o time de análise
da First Trust Advisors avalia que "os investidores decidiram reduzir
sua exposição a risco", apontando os temores de corte do rating dos
EUA e a crise na Europa como causas.

Cada dia mais próximos da data apontada pelo departamento do tesouro
como o limite para o pagamento da dívida, com o atual limite para
endividamento, os políticos norte-americanos ainda demonstram
dificuldades em se acertar.

Já na Europa, as críticas são endereçadas à indecisão em relação às
medidas de ajuda a Grécia e outros países na periferia da região, o
que amplia o temor de que haja um contágio em países mais próximos ao
centro econômico da Zona do Euro, como Itália e Espanha.

"Somente alguma notícia que venha a mostrar alguma unidade dos líderes
europeus, (...) ou mesmo acordo entre republicanos e democratas,
poderá fazer o mercado tentar alguma aposta de melhora", destacou a
equipe da Lerosa Investimentos, em relatório.

Problema interno
Mas as causas para a volatilidade não devem ser apenas externas. "O
mercado acionário doméstico continua sofrendo a 'concorrência' das
aplicações de renda fixa, sobretudo com a imprevisibilidade do tamanho
do aperto monetário", aponto Eduardo Velho, economista-chefe da
Prosper Corretora.

Na próxima quarta-feira (20), o Banco Central deverá divulgar sua
decisão sobre política monetária, em que se espera por uma elevação de
0,25 ponto percentual da taxa básica de juro. No entanto, especula-se
sobre a adoção de novas medidas macroprudenciais, bem como sobre a
ampliação do ciclo de aperto monetário.

Cautela x Oportunidade
Enquanto a maior parte dos investidores foge da renda variável, alguns
já visualizam a abertura de uma oportunidade para adicionar ativos que
teriam ficado baratos em relação a seus fundamentos, por conta de
exageros no movimento de venda.

"A busca por oportunidade que algumas ações demonstram deve ser
observada com serenidade, com objetivo de longo prazo", avaliou a
equipe da Lerosa Investimentos.

Na mesma linha, os consultores da Rosenberg afirmam que o saída de
investidores ocorre "apesar de algumas ações estarem com baixos
preços". O conselho é manter a cautela, pois "pode ser um bom momento
para a composição de carteiras de longo prazo".

Fonte: InfoMoney

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