19/07/2011

Direto ao ponto: cenário permanece baixista, com EUA e Europa ainda em foco

SÃO PAULO - Mais uma vez a economia dos Estados Unidos e a situação
fiscal na Zona do Euro balizaram os rumos do Ibovespa na última
segunda-feira (18). Nos Estados Unidos, a incerteza sobre a definição
do teto da dívida teve um novo capítulo com a reiteração da Fitch
Ratings de sua ameaça ao rating do país, enquanto a repercussão da
reprovação de oito bancos europeus no teste de estresse, anunciado na
última sexta-feira, colaborou para o clima nebuloso no mercado.

Diante deste cenário, o Ibovespa fechou com forte recuo de 1,08%, a
58.837 pontos, registrando a sua terceira queda consecutiva. Na
opinião do sócio-diretor da TBCS, Marcelo Cincão, o cenário baixista
deve perdurar para o curto prazo, se mantendo entre os 50 mil e 55 mil
pontos. "A previsão é de volatilidade, de mercado tenso. Tem espaço
para repique, mas o cenário ainda é baixista", avalia.

Indicadores ficarão em segundo plano
A agenda econômica desta terça-feira (19) terá como principais
destaques o primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política
Monetária), a divulgação da taxa de desemprego pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e a 2ª prévia do IGP-M (Índice
Geral de Pereço - Mercado), que será publicada pela Fundação Getulio
Vargas.

Esses indicadores, na opinião de Cincão, ficarão em segundo plano
entre os fatores que determinarão o desempenho do índice na sessão.
"Não acredito em uma grande relevância para os indicadores no mercado
doméstico, tendo em vista o cenário externo atual. Até porque o Copom,
por exemplo, já está precificado em 0,25 ponto percentual, e não deve
ter nenhuma grande surpresa para isso", analisa.

Já nos Estados Unidos, os destaques entre os indicadores ficam para os
dados sobre novas construções residenciais e concessão de alvarás, o
que também não será, para a corretora, um fator-chave para definir o
índice. "Obviamente que os indicadores sempre têm sua relevância, mas
também não coloco muita importância nesses dados para definir os
resultados da sessão", completa.

Balanços corporativos podem dar tom positivo
Com o cenário externo pressionando as quedas e os indicadores
econômicos sendo vistos como secundários na definição do índice neste
pregão, a divulgação dos balanços corporativos nos Estados Unidos, são
"a única esperança para a bolsa melhorar, nem que seja um repique",
explica Marcelo Cincão. "Com o atual cenário externo e a inflação, só
sobra o cenário corporativo para nos dar um susto positivo", completa.

Fonte: InfoMoney

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