13/07/2011

Em meio a impasse, Moody´s ameaça rebaixar nota da dívida dos EUA

A agência de classificação de risco Moody's anunciou nesta
quarta-feira que colocou sob revisão a nota da dívida dos Estados
Unidos e estuda rebaixá-la, diante da possibilidade de que não se
consiga um acordo para elevar o limite de endividamento do país.

A Moody's indicou que submeteu a avaliação "AAA" para revisão e que
mantém a advertência no mesmo sentido que já fez no início de junho.
Atualmente o país tem mais alto nível do grau de investimento.

O outro extremo das notas de risco é o grau "CCC", o mais baixo do
mundo e somente um antes do calote, concedido mais cedo pela Moody´s à
Grécia.

Comentando o anúncio, um porta-voz do líder republicano John Boehner,
atual presidente da Câmara dos Representantes, disse que a ameaça
demonstra a necessidade de reduzir os gastos públicos no país.

"Como o presidente Boehner tem alertado durante meses, se a Casa
Branca não tomar uma atitude logo para lidar com a crise do déficit
nacional por meio de uma reduçaõ de gastos, os mercados a tomarão por
nós. Esta medida da Moody´s de hoje reforça o alerta de Boehner",
disse.

IMPASSE

O assunto tem sido destaque nos últimos dias em meio à antecipação por
um acordo entre republicanos e democratas quanto à elevação do teto da
dívida pública americana. O limite, de US$ 14,29 trilhões, foi
alcançado em maio deste ano. Desde então, o governo não pode mais
aumentar seu endividamento.

Por causa da alta da receita fiscal, o governo calcula que terá caixa
para honrar seus compromissos até 2 de agosto, prazo que o Congresso
tem para aprovar o aumento da capacidade de endividamento americana.

Caso o novo teto da dívida não seja aprovado, os Estados Unidos correm
o risco de deixar de pagar títulos da dívida que irão vencer, o que
será uma moratória, mesmo que ocorra por um curto período. Obama disse
que os EUA "nunca deixaram nem deixarão de pagar sua dívida".

Nesta semana o presidente americano, Barack Obama, disse que "não pode
garantir" que a previdência social, as pensões dos veteranos e dos
inválidos serão liberadas caso o Congresso não concorde em elevar o
teto da dívida americana até o dia 2 de agosto.

"Eu não posso garantir que os valores serão pagos no dia 3 de agosto
se nós não resolvermos essa questão, simplesmente porque não há
dinheiro nos cofres para pagá-los", afirmou Obama em parte de uma
entrevista divulgada pela rede de televisão CBS.

Obama disse que o fracasso em elevar o teto da dívida do país poderá
detonar uma nova recessão e deixar milhões de trabalhadores
desempregados.

STANDARD & POOR´S

Ainda em abril deste ano, a agência de classificação de risco Standard
and Poor's (S&P) rebaixou de "estável" para "negativa" a perspectiva
da dívida soberana dos Estados Unidos devido a seu deficit
orçamentário e elevado endividamento.

A perspectiva negativa significa um alerta de que a agência pode
rebaixar em seguida a nota da classificação de risco dos EUA. Os
Estados Unidos reagiram à notícia alegando que a S&P "subestima" a
capacidade de Washington de reduzir seu deficit orçamentário.

Quase três meses atrás a S&P já via riscos de que governo e oposição
poderiam não chegar a um acordo sobre o plano para reduzir o deficit
no orçamento dos EUA.

"Os Estados Unidos têm o que nós consideramos um grande deficit
orçamentário e crescente endividamento do governo e o caminho para
resolver esses problemas não está claro para nós. Por isso, nós
revisamos a perspectiva de risco de longo-prazo de estável para
negativo", disse a agência em uma nota, na época.

Fonte: Folha.com

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