03/11/2011

Investidor global reduz alocação em ações

 

Por Jeremy Gaunt | Reuters, de Londres

Os investidores estavam tão preocupados em outubro com a possibilidade de os líderes da zona do euro não chegarem a um acordo para resolver a crise da dívida da região que reduziram a quantidade de ações em seus portfólios para o menor nível em 12 meses. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Reuters.

Ao mesmo tempo em que caiam as posições em ações, subiam, em outubro, as alocações em bônus, com destaque para os títulos do tesouro americano, graças ao estímulo do novo programa de troca de papéis do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

O levantamento da Reuters - realizado com 56 empresas líderes em gestão de recursos nos Estados Unidos, Japão, Europa e Reino Unido - mostrou que as posições médias em ações em um típico portfólio balanceado eram de 49,5% no mês passado, ante 50,5% em setembro. Já a posição em bônus avançou de 34,6%, em setembro, para 35,9% em outubro. Enquanto isso, a posição em caixa caiu de 6,3% em setembro para 5,9% no mês passado, ainda assim o maior nível dos últimos 12 meses.

A pesquisa foi conduzida um pouco antes de os líderes da zona do euro anunciarem um programa, composto por três etapas, para atacar o problema das dívidas soberanas na região, sobretudo em relação à Grécia.

Dado que os indicadores econômicos americanos melhoraram durante o mês e que o mercado de ações é amplamente visto como uma opção atraente neste momento, os resultados da pesquisa refletem a extensão dos temores, entre os principais investidores globais, de que a zona do euro não iria atuar com o vigor suficiente para conter a crise.

Apesar do anúncio do plano, ainda há preocupações, já que faltam muitos detalhes sobre a execução do programa. "A aversão global ao risco vai continuar até que os problemas da zona do euro tenham sido inteiramente resolvidos", afirma David Miller, sócio da Cheviot Asset Management, em Londres. "Apenas depois disso, é que o investidor vai avaliar as perspectivas de crescimento global".

O aumento das posições em bônus em outubro também reflete os temores dos investidores. A alocação global em papéis da dívida americana saltou de 35,2% para 40,3%, enquanto a posição dos investidores em bônus japoneses subiu levemente. A parcela das carteiras alocadas em bônus da zona do euro caiu de 29,1% para 27,5%, a quarta redução mensal consecutiva.

O ponto positivo para ativos de risco no futuro é que os níveis de caixa permanecem elevados. Dinheiro em caixa é frequentemente um sinal que os investidores estão prontos para comprar em ações. "Como os mercados têm sido excessivamente pessimistas, deve haver redução da aversão ao risco nos próximos meses", disse um participante da pesquisa no Japão.

 

 

 

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