08/11/2011

Para manter "AAA", França anuncia corte de € 65 bi

Por Agências internacionais

O primeiro-ministro francês, François Fillon, anunciou ontem planos cortar o orçamento em mais € 7 bilhões em 2012 e de € 11,6 bilhões em 2013, conforme a segunda maior economia da zona do euro busca proteger seu rating máximo "AAA" e evitar a pressão dos mercados financeiros, que colocaram a Itália na berlinda. Em rota contrária, a Alemanha pretende dar estímulos à economia via redução de impostos

De acordo com Fillon, a intenção é gerar mais € 65 bilhões em economias ao todo até 2016, a fim de cumprir as metas francesas de reduzir o déficit público a zero.

"Era hora de o país dar as costas definitivamente a 30 anos de gastos excessivos", disse Fillon. "Temos que sair dessa espiral perigosa", disse em entrevista coletiva. Conforme detalhou, para manter a trajetória que o governo francês estabeleceu para a redução do déficit, haverá um esforço adicional de €65 bilhões entre 2011 e 2016, com € 18,6 bilhões em 2012 e 2013, segundo afirmou o premiê.

O segundo pacote de ajustes emergenciais no Orçamento em três meses inclui a aceleração da mudança na idade para aposentadoria, que foi elevada de 60 anos para 62 anos em 2017, um ano antes que o planejado.

O plano também inclui uma alta temporária de 5% em impostos a empresas com capital de giro acima de € 250 milhões, e uma elevação na taxa de desconto de vendas de produtos com imposto de valor agregado (VAT, na sigla em inglês) para 7%, contra 5,5%, com exceção de alguns itens.

Analista deram uma avaliação mista ao plano. "É marketing para dizer que vamos fazer isso (reduzir o déficit), mas a maior parte das medidas terá efeito em 2012, 2013, 2014, o que significa que, na verdade, o governo atual pode não ter que assumir a responsabilidade", disse ao canal de TV LCI Marc Touati, da Assya Financial Company.

As eleições presidenciais estão marcadas para abril e maio de 2012 e deverão ser seguidas por eleições parlamentares em junho.

"O que é um pouco decepcionante sobre isso é que estamos esquecendo o principal, que é (o fato de que) hoje não temos crescimento, estamos à beira de uma recessão, não temos sequer a certeza de chegar a 1% crescimento no próximo ano", acrescentou Touati.

Já o governo da Alemanha acertou um corte de € 6 bilhões em impostos, com a finalidade de reativar a economia. O partido da chanceler alemã Angela Merkel e seus parceiros da coalizão no governo definiram o plano que vai ser implantado em duas fases, uma em 2013 e outra em 2014. Segundo a chanceler, o acerto vai garantir mais justiça ao sistema fiscal do país.

A reforma acordada, que precisa do aval do Parlamento, deve ser motivo de surpresa no restante da Europa, como apontou o "Financial Times", uma vez que Angela Merkel tem pedido a adoção de restrições orçamentárias, como corte de custos e aumentos de impostos, para tirar a zona do euro da crise da dívida.

O governo da Alemanha pretende se valer do corte de impostos, que beneficia basicamente a população de baixa renda, como uma forma de "recompensa" aos contribuintes pelas perdas sofridas em decorrência da crise financeira e econômica internacional.

 

 

 

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