23/11/2011

Economia grega deve encolher pelo menos 5,5% em 2011 e 2,8% em 2012

Por Camila Dias | Valor

SÃO PAULO - A economia da Grécia deve ter contração de pelo menos 5,5% neste ano, prevê o banco central do país em relatório de política monetária divulgado hoje. Para 2012, a projeção da autoridade monetária é de queda do Produto Interno Bruto (PIB) ao redor de 2,8%. A recuperação econômica, pelo cenário do BC grego, virá apenas em 2013, com um crescimento previsto de, no máximo, 1%.

"Com a previsão de aumento das exportações de bens e serviços neste ano e da forte queda das importações, o setor externo deve contribuir positivamente para o PIB, mas isso não será suficiente para mitigar a recessão", diz o BC no relatório.

A autoridade monetária admite que a economia grega vive uma nova fase, "excepcionalmente crítica", e que o seu nível de endividamento não é mais sustentável como se imaginava há um ano. O não cumprimento de metas fiscais, o atraso para implementar reformas estruturais e um declínio acima do previsto na atividade econômica neste ano deixaram a situação mais preocupante do que se previa.

Em função disso, o BC espera que um novo pacote de ajuda, dessa vez coordenado entre União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI), seja firmado até o final do ano.

O acordo anunciado por líderes europeus no dia 26 de outubro pode ser a última oportunidade para a Grécia restabelecer sua economia, diz o BC. Mas, para isso, o governo precisa centrar todos os seus esforços para superar suas metas. "A conjuntura atual representa o período mais crítico na história da Grécia no pós-guerra. O que está em jogo é se o país vai permanecer ou não na zona do euro no futuro", diz o BC.

Na prática, diz o relatório, a Grécia precisa usar todos os seus esforços para se manter na zona do euro, trabalhar em cooperação próxima com os parceiros europeus e a comunidade internacional para mitigar choques e reduzir, dentro do possível, o longo e difícil período de ajuste, além de criar bases sólidas para reestruturar a economia e restabelecer o crescimento sustentável.

O BC grego ressalta que a incerteza política adicionou problemas à economia e ao sistema bancário. E, para reverter isso, será preciso que o novo governo de coalizão exerça uma liderança forte e efetiva para implementar as medidas necessárias para manter o país na zona do euro.

(Camila Dias | Valor)

 

 

 

 

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