17/11/2011

Brasil é o 4º preferido entre emergentes

 

Autor(es): Por Luciana Monteiro | De São Paulo

Valor Econômico - 17/11/2011

 

O pessimismo voltou a crescer entre os gestores de recursos internacionais e uma recessão na Europa já é dada como certa. Em contrapartida, o Brasil é o quarto país preferido entre investidores que aplicam em mercados emergentes. É o que mostra pesquisa do BofA Merrill Lynch com 286 gestores de recursos do mundo todo realizada entre 4 e 10 de novembro.

Dos investidores ouvidos, 72% esperam uma recessão na Europa e apenas 2% acreditam que a tendência é de alta para a atividade global no ano que vem. De acordo com o levantamento, com relação ao crescimento global, 29% trabalham com um cenário de enfraquecimento econômico no mundo nos próximos 12 meses. No levantamento anterior, apenas 15% esperavam uma expansão menor.

Embora os temores com um calote da dívida grega tenham se reduzido, 38% dos entrevistados ainda acreditam que o "default" ocorrerá no primeiro trimestre do ano que vem - o percentual era de 85% no levantamento anterior.

A pesquisa mostra ainda que os temores de rebaixamento dos Estados Unidos em 2012 estão em pauta. Segundo a pesquisa, 36% dos gestores acreditam que o "downgrade" ocorrerá no ano que vem, enquanto 36% dizem não trabalhar com esse cenário.

A boa notícia fica com a China: um pouso forçado da economia, com crescimento inferior a 7%, é esperado apenas por 16% dos investidores. Isso se refletiu na visão de Brasil, fornecedor de matérias-primas para a China. Segundo a pesquisa, a fatia de gestores de fundos que mantêm posições acima da média ("overweight") no mercado brasileiro registrou alta significativa, de 25% em outubro para 31% em novembro.

Em geral, os emergentes voltaram a ter uma posição privilegiada na atração de recursos em novembro. Uma fatia de 27% dos gestores disse estar com posições acima da média em mercados emergentes em novembro - alta significativa ante os 9% de outubro. Apesar da aversão ao risco, os investidores se mostraram mais otimistas com o potencial de crescimento dos emergentes.

As incertezas mantiveram o conservadorismo dos gestores e os níveis de dinheiro em caixa permaneceram elevados, na casa de 5%. Esse dinheiro pode agitar os mercados rapidamente em caso de melhora do cenário.

 

 

 

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