07/07/2011

Ibovespa fecha em queda de 0,75%, pressionado por incertezas na Zona do Euro

SÃO PAULO - Mantendo-se em queda durante todo o intraday, o Ibovespa
chegou ao seu segundo dia consecutivo de queda, recuando 0,75% nesta
quarta-feira (6), aos 62.565 pontos, acompanhando o pessimismo do
mercado europeu acerca da crise fiscal de países periféricos da Zona
do Euro e contrapondo-se ao movimento de recuperação de Wall Street,
que viraram durante a tarde e fecharam em alta. O giro financeiro
desta sessão foi de R$ 4,729 bilhões.

Além da crise enfrentada pela Grécia, ainda longe de uma resolução, o
anúncio do corte no rating de Portugal pela Moody's na terça-feira
continuou a repercutir entre os investidores nesta data, trazendo
incertezas em relação à situação econômica de países da União
Europeia, sucitando novamente a possível necessidade de novos pacotes
de ajuda financeira na região.

Destaques do pregão
Entre as maiores quedas do Ibovespa, destaque para as ações do setor
de consumo e varejo. Hypermarcas (HYPE3, -3,15%, R$ 14,43), Natura
(NATU3, -3,01%, R$ 38,41) e B2W (BTOW3, -2,78%, R$ 17,50) figuraram
entre as maiores perdas do dia.

Já as ações da TAM (TAMM4) lideraram as altas do índice pelo segundo
pregão consecutivo. Após subirem 4,56% na véspera, os papéis da
companhia aérea brasileira avançaram 2,44% nesta quarta-feira, cotados
a R$ 37,35. Assim como no pregão de terça-feira, o movimento positivo
das ações da TAM pode estar associado à expectativa favorável dos
investidores acerca da fusão entre a empresa aérea brasileira e a LAN
Chile.

Agenda
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
revelou que a produção industrial brasileira em maio avançou em 11 das
14 regiões pesquisadas. A instituição também divulgou sua estimativa
de junho para a produção agrícola do país em 2011.

Já o Banco Central reportou o IC-Br (Índice de Commodities) de junho,
que marcou cotação média de R$ 160,51. A autoridade monetária também
divulgou o fluxo cambial de junho, mostrando um saldo negativo em US$
2,556 bilhões no período, pressionado principalmente pelo resultado do
fluxo financeiro. Contudo, no acumulado do ano, o fluxo cambial tem
saldo positivo de US$ 39,029 bilhões.

Nos EUA, os dados do setor de serviços divulgados pelo ISM Services
trouxe preocupação aos investidores locais, uma vez que veio pior do
que as expectativas do mercado para junho. Ainda no front
internacional, destaque para o aumento do juro básico na China em 0,5
p.p., para 6,52% ao ano, em mais uma tentativa do governo local de
arrefecer a inflação do país.

Dólar
O dólar comercial voltou a fechar em alta, mostrando valorização de
0,32%, cotada na venda a R$ 1,570, refletindo a piora do humor do
mercado nos últimos dias, em meio aos sinais nada favoráveis vindos da
Europa, e também a nova rodada de intervenções do Banco Central no
câmbio. O dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F
Bovespa, fechou em R$ 1,5637.

Bolsas Internacionais
O índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips
norte-americanas, fechou em leve alta de 0,45% e atingiu 12.626
pontos. Seguindo esta tendência, o índice Nasdaq Composite
valorizou-se 0,29% a 2.834 pontos, da mesma forma, o índice S&P 500,
que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, subiu 0,10% a
1.339 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou leve baixa de
0,44% e atingiu 3.961 pontos; no mesmo sentido, o índice FTSE 100 da
bolsa de Londres desvalorizou-se 0,35% chegando a 6.003 pontos e o DAX
30, da bolsa de Frankfurt, caiu 0,11% a 7.431 pontos.

Renda Fixa
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, os principais contratos
fecharam em queda. O contrato de juros de maior liquidez nesta
quarta-feira, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de
12,46%, 0,01 ponto percentual abaixo do fechamento de terça-feira.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais
líquido, o Global 40, fechou em queda de 0,08% em relação ao
fechamento anterior, a 136,15% do valor de face.

Já o indicador de risco-País fechou em alta de 4 pontos-base, aos 155 pontos.

Confira a agenda para a próxima sessão
No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) publica o IGP-DI
(Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de junho. Enquanto
o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos) revela o Índice de Custo de Vida referente ao sexto
mês do ano.

Ainda no Brasil, o IBGE revela o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ambos
referentes a junho. O órgão também apresenta a Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil do mesmo mês.

Nos EUA, o destaque do dia fica com a publicação do ADP Employment
referente ao mês de junho, denotando o número de postos de trabalho
gerados no setor privado no período em questão. O número de pedidos de
auxílio-desemprego (Initial Claims) na base semanal e o relatório de
Estoques de Petróleo norte-americano também serão divulgados.

Já na Europa, o dia contará com a reunião de política monetária do BCE
(Banco Central Europeu) e do BoE (Bank of England). Os membros dos
comitês vão decidir sobre eventuais mudanças nos parâmetros do juro
básico.

Fonte: InfoMoney

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