07/07/2011

Destaques Bovespa - 07/07/2011

Investidores deverão reagir aos dados a serem divulgados nos EUA e na
Europa, porém grande parte da atenção para os negócios por aqui será
com a divulgação do IPCA de junho, aonde o mercado aguarda alta de
0,07%.

Alpargatas – De acordo com o jornal "Estado de São Paulo", a empresa
de calçados deverá anunciar hoje (07/07) a construção de uma nova
fábrica em Montes Claros (MG) avaliada em R$ 177 milhões e com a
capacidade de fabricar até 100 milhões de pares de calçados por ano. O
novo projeto começará a ser construído em agosto/2011 e tem previsão
de iniciar suas operações já no segundo semestre de 2012. Após a sua
conclusão, essa nova fábrica em Minas Gerais aumentará a capacidade
produtiva da Alpargatas em aproximadamente 35% da produção atual da
companhia. A notícia é positiva para os papéis da companhia no médio /
longo prazo, à medida que a construção da fábrica em Montes Carlos
colabora para a estratégia da empresa em atingir uma receita bruta de
R$ 5,5 Bilhões até 2014, valor 100% maior que o registrado pela
Alpargatas no final de 2010.

Brasil Foods – De acordo com uma notícia veiculada ao jornal "Folha de
São Paulo", a BR Foods e o Cade chegaram a um impasse nas negociações
quanto à fusão entre Perdigão e Sadia. A empresa já havia anunciado
anteriormente a possibilidade de se desfazer de algumas cadeias
produtivas referentes a  algumas marcas. Porém, a empresa contesta a
exigência do Cade de se desfazer de uma de suas marcas premium (Sadia
ou Perdigão), já que para a BR Foods isso seria o mesmo que desfazer a
fusão. Vale ressaltar que a fusão foi bastante questionada pelo
relator do Cade, o qual foi contra a mesma. A notícia é negativa para
as ações da companhia, dado que se as negociações não avançarem, a
fusão poderá ser vetada no julgamento do dia 13 de julho.

Light – Segundo o jornal "Valor Econômico", a Light assinou ontem (6)
um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público que
prevê multa de R$ 100 mil para cada nova explosão que resulte em dano,
lesão corporal ou morte. A companhia confirmou que irá terminar a
reforma de 1.170 câmaras subterrâneas, de um total de 4 mil, até o
final do ano, aumentando o investimento da Light no sistema
subterrâneo em 2011 para R$ 88 milhões, valor dez vezes maior que a
média anual entre 2004 e 2008 e três vezes maior que 2010. A notícia é
negativa para as ações da companhia.

Pão de Açúcar – O clima entre os sócios da Wilkes (a varejista
francesa Casino e o grupo de Diniz), que é a holding controladora do
Pão de Açúcar, continua tenso e sem perspectiva de resolução no
curtíssimo prazo. As discussões entre os sócios começaram, em maio,
junto aos boatos de que Diniz estaria negociando com o Carrefour, que
é o principal concorrente do Casino, e se degradou quando Diniz
entregou proposta de fusão entre CBD e Carrefour antes de falar com
seu sócio. Segundo as notícias veiculadas na maior parte dos jornais,
o cenário quanto à fusão permanece o mesmo, onde Casino acusa Diniz de
quebra do acordo de acionistas da Wilkes e violação de boa-fé –
princípio previsto no Código Civil. Enquanto Diniz nega as acusações
feitas pelo Casino e acusa este de não estar defendendo os interesses
do CBD, mas sim tentando não perder o controle da empresa. Em
entrevista divulgada hoje (07) no jornal "Valor Econômico", Diniz
reforçou o seu posicionamento e afirmou que vai pressionar o grupo
Casino a se explicar ao mercado caso o mesmo rejeite a proposta de
fusão entre as empresas. A notícia não traz nenhum news flow relevante
sobre o assunto, portanto, acreditamos em um comportamento neutro por
parte das ações da companhia.

Petrobrás – A ANP confirmou que a plataforma P-37 da Petrobrás,
localizada no Campo de Marlim na Bacia de Campos, está interditada
desde o dia 30 de junho, após encontrar más condições de conservação
da plataforma em sua última vistoria. A parada de produção prevista
para agosto, foi antecipada pela Petrobrás após um acordo com a
Agência Nacional de Petróleo. A notícia é marginalmente negativa para
as ações da companhia.

Setor Bancário – Segundo uma matéria publicada no jornal "Folha de São
Paulo", o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro apresentou uma
ação pública contra os bancos Santander, Itaú-Unibanco e HSBC visando
a devolução de R$ 1 bilhão aos seus correntistas referente à cobrança
indevida de tarifas bancárias realizadas nos anos de 2008 e 2010 que
contrariavam as normas do Banco Central. De acordo com o promotor do
caso, Claudio Gheventer, os bancos citados acima recolheram R$ 500
milhões em tarifas bancárias fora da padronização do BC, e os
processos movidos contra essas empresas estariam exigindo o dobro do
ressarcimento, fundamentados no Código de Defesa do Consumidor.
Segundo apurou o jornal, dentre os bancos citados, apenas o Banco
Santander respondeu que devolverá R$ 265 milhões aos correntistas de
forma integral.  Alem disso, de acordo com a notícia vinculada ao
jornal "Valor Econômico", o crédito tributário das cinco maiores
instituições financeiras de varejo do país (Banco do Brasil, Itaú
Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal), equivalente
a R$ 87,7 bilhões (valor que é utilizado para aumentar o patrimônio de
referência), capital mínimo exigido como garantia para operações de
crédito, seria deduzido em 70% (R$ 64 bilhões) a partir de 1 de
janeiro de 2014 com a implementação da Basiléia 3, conjunto de novas
regras sobre o capital próprio e a liquidez dos bancos, que tem como
objetivo a proteção das instituições financeiras frente a uma eventual
nova crise internacional de crédito - contudo, o Banco Central cogita
antecipar o início para 1 de julho de 2012, já que os bancos citados
costumam apresentar folga de Basiléia. As notícias são negativas para
as ações das companhias do setor.

Setor de Siderurgia – De acordo com matéria vinculada no jornal o
Estado de S. Paulo, a indústria de veículos fechou o trimestre com
venda recorde de 1,73 milhões de veículos, porém a demanda está
levemente aquém do esperado e os estoques já acumulavam mais de 342
mil unidades, o equivalente a 33 dias de venda – margem considerada
crítica para o setor. A Fiat anunciou que vai dar uma semana de férias
para funcionários de sua unidade na Argentina e ainda estuda para a
fabrica em Bertim (MG). Há expectativa de que outras companhias também
venham a diminuir / paralisar suas produções, porém nada foi
confirmado até o presente momento. A notícia é negativa para as ações
de siderúrgicas, que tem nas montadoras um de seus principais mercados
consumidores.

Setor Sucroalcooleiro – Segundo notícia veiculada hoje (07) no jornal
"Valor Econômico", apesar do governo ter reduzido a concentração de
álcool na gasolina, o impacto dessa medida sobre a inflação deve ser
pequeno. Isso se deve principalmente devido a menor produção de etanol
e o aumento do numero de carros flexs em circulação. Além disso, foi
comentada a relevância da China na compra do açúcar brasileiro,
aproximadamente 24% das exportações. Segundo especialistas do setor, a
China deve aumentar significativamente o volume importado. Essa
informação é relevante dado que uma pressão no preço do açúcar deve
afetar ainda mais os preços do etanol e sua produção, mas ainda faltam
informações em relação ao magnitude do aumento das exportações de
açúcar para a China. A notícia é positiva para as ações das companhias
do setor.

Usiminas e CSN – O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou em
discurso ontem (06) que possui interesse em adquirir a fatia detida
pela Camargo Corrêa ou pela Votorantim (ou ambas), caso essas empresas
decidirem se desfazer desses ativos. "A Usiminas é uma boa empresa,
mas comprar a participação depende do interesse da Camargo Corrêa e da
Votorantim em vender", afirmou Steinbruch. Há especulações de que a
Votorantim Industrial e a Camargo Corrêa teriam de fato interesse na
venda desses ativos. Atualmente a CSN detém 10,01% das ações
ordinárias e mãos 5,25% das ações preferências da Usiminas.  O Grupo
Nippon detem 27,8% do capital total votante da companhia, Camargo
Corrêa e Votorantim 26%, Previ 10,4%, Fundo de Pensão Usiminas 10,1% e
mais 25,7% de free float. Apesar de ainda especulativa, a notícia é
positiva para as ações da Usiminas.

Vale – De acordo com uma notícia vinculada ao "Valor Econômico", a
mineradora brasileira pretende realizar até 15 de julho uma nova
oferta pela Metorex, empresa mineradora de cobre e cobalto no Congo,
após à recente oferta da chinesa Jinchuan, maior produtora de níquel
da China, pela mesma companhia. A proposta de aquisição divulgada em
abril envolvia o pagamento de US$ 1,12 Bilhões ou 7,35 rands por ação
visando a compra de 100% da empresa. Segundo opiniões de mercado
apuradas pelo jornal, é pouco provável que a Vale entre em uma "guerra
de preços" contra os chineses, principalmente após o diretor executivo
de finanças da companhia, Guilherme Cavalcanti, informar que estaria
evitando uma possível competição com os chineses para não desgastar a
imagem da companhia frente ao seu maior mercado consumidor. Alem
disso, em relação ao preço do minério de ferro para os próximos cinco
anos, a companhia anunciou na sexta-feira (01/07) que projeta um valor
acima de US$ 150,00/tonelada, fomentada principalmente pela
continuidade da alta demanda da Ásia pela matéria-prima e a
incapacidade das demais mineradoras em abastecer esse mercado de forma
suficiente. As notícia são de cunho informativo, não devendo impactar
sobre o preço dos ativos.

Fonte: Um Investimentos

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