07/07/2011

Direto ao ponto: passado o terremoto japonês, dados de emprego podem puxar altas

SÃO PAULO - O Ibovespa estendeu o forte recuo do segundo pregão da
semana e terminou a última quarta-feira (5) em baixa de 0,75%, aos
62.565 pontos. Além da crise enfrentada pela Grécia, ainda longe de
uma resolução, o corte no rating de Portugal, pela agência Moody's,
continuou a repercutir negativamente, suscitando novos temores de que
a crise de dívida possa se estender a outros países periféricos da
Zona do Euro.

A Grécia sai do foco dos investidores aos poucos, retornando
possivelmente em setembro, diz a equipe de análise da Lerosa
Investimentos. A melhora mais acentuada do mercado nesta semana
depende dos países desenvolvidos, notadamente dos Estados Unidos,
afirma a corretora. Os principais dados econômicos para o período
começam a ser divulgados nesta quinta-feira (7), com os pedidos de
auxílio desemprego na última semana e a criação de empregos no setor
privado norte-americano.

"Em seu último discurso, o presidente do Fed alertou que a recente
desaceleração da economia americana era reflexo dos problemas causados
pelo terremoto do Japão. O mercado aguardará com ansiedade os
indicadores de emprego nos Estados Unidos na quinta e sexta-feira,
para apostar na mesma teoria e se posicionar mais fortemente na
recuperação norte-americana", diz a Lerosa.

Manutenção da taxa de juros europeia pode conter otimismo
As surpresas positivas sobre o mercado de trabalho podem iniciar uma
nova rodada de altas nas bolsas norte-americanas, estendendo o
momentum positivo para o Ibovespa. A reunião do BCE (Banco Central
Europeu), para decidir a nova taxa de juros da economia da Zona do
Euro, no entanto, pode conter os ânimos dos investidores.

Caso se confirme a elevação do juro básico europeu em 0,25%, conforme
sugerido pelo presidente da autarquia, Jean-Claude Trichet, e a
criação de empregos fique próxima a 200 mil postos, acima do esperado,
o índice local tende a uma leve realização positiva. No mesmo cenário
de emprego, mas sem o aumento dos juros, o Ibovespa ficaria abaixo dos
63 mil pontos.

Em outro cenário, com a criação de empregos abaixo do esperado e a
elevação do juro básico, a expectativa é de um retorno aos 62.500
pontos. Já a combinação de juro inalterado e emprego ruim poderia
romper o patamar dos 62.500 pontos.

Índices inflacionários
A fim de avaliar se o descompasso entre a criação de empregos e o
aumento de preços local pedirá um ciclo de aperto econômico mais
longo, com uma nova elevação da Selic ainda neste mês, o mercado
também acompanha a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor)
e IGP-DI (Índice Geral de Preços - DI).

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: