11/07/2011

UE faz reunião de emergência em meio a temor sobre crise na Itália

Os mais altos funcionários da União Europeia para o setor de Finanças
participam nesta segunda-feira de uma reunião de emergência para
discutir um pacote de ajuda financeira à Grécia, em meio aos temores
de que a Itália pode ser a próxima vítima da contaminação da crise na
zona do euro.

O principal índice da Bolsa de Valores de Milão caiu 3,5% na
sexta-feira e as ações do maior banco do país, Unicredit Spa, caíram
7,9% por conta dos temores de que o governo italiano, enfraquecido por
escândalos políticos, não consiga implementar um necessário plano de
cortes de gastos para conter seu déficit público.

A reunião desta segunda-feira foi convocada no fim de semana pelo
presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Um porta-voz de
Rompuy afirmou que o encontro não é "uma reunião de crise, mas de
coordenação" e negou que a situação da Itália estará na agenda.

Mas analistas e funcionários envolvidos na reunião consideram que será
inevitável que o tema seja discutido. A Itália é a terceira maior
economia da zona do euro, e problemas financeiros no país teriam uma
consequência muito maior para os demais países da região do que a
crise grega.

Além de Van Rompuy, participam da reunião em Bruxelas o presidente do
Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, o chefe dos ministros das
Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, o presidente da
Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o comissário da União
Europeia para Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

O encontro de emergência será seguido de uma reunião já programada
entre os ministros das Finanças dos países da zona do euro.

Pacote de ajuda
A pauta oficial da reunião é a discussão sobre o segundo pacote de
ajuda financeira à Grécia. O país já recebeu uma ajuda de 110 bilhões
de euros (cerca de R$ 245 bilhões), acertada no ano passado, mas
necessita de um novo aporte financeiro para conseguir cumprir com os
pagamentos de sua dívida.

Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário britânico
Financial Times, líderes europeus já admitem que o novo pacote de
ajuda à Grécia inclua uma moratória no pagamento de parte dos títulos
da dívida grega, com o objetivo de levar a dívida total do país a
níveis sustentáveis.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard &
Poor's havia advertido que a proposta original para uma reestruturação
voluntária da dívida grega seria considerada na prática como uma
moratória, provocando o rebaixamento da nota dada aos títulos do país.

O novo pacote de ajuda à Grécia vem sendo negociado há várias semanas,
mas até agora não houve um consenso entre os países da zona do euro e
representantes dos credores da Grécia sobre as condições para a sua
aprovação.

Autoridades europeias temem que um atraso grande na aprovação do plano
possa prejudicar a situação de outros países da região que também
enfrentam dificuldades financeiras, como Portugal, Espanha e Irlanda,
além da Itália, cuja relação entre a dívida e PIB é menor apenas que a
da Grécia entre os países da zona do euro.

Fonte: Uol

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