13/10/2011

BC dos EUA não descarta novos incentivos à economia

Ata da última reunião mostra que membros do Federal Reserve deixaram medidas à disposição para caso a recuperação econômica norte-americana perca o fôlego

Gustavo Nicoletta, da Agência Estado

WASHINGTON -

Os membros do Federal Reserve deixaram uma série de opções à disposição para o caso de a recuperação da economia dos EUA perder fôlego, mas não se comprometeram a nenhuma medida específica na última reunião de política monetária, de acordo com a ata do encontro, divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo banco central norte-americano. 

Segundo o documento, na reunião ocorrida entre os dias 20 e 21 de setembro, dois dos dez membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) defenderam a adoção de medidas mais robustas para estimular a economia dos EUA. O texto, porém, não diz quem foram esses membros nem quais medidas foram defendidas.

Em vez disso, a ata revelou uma longa discussão sobre quais passos deveriam ser seguidos para garantir mais suporte econômico, incluindo a controversa possibilidade de expandir o balanço do Federal Reserve. 

Uma das decisões do Fed em setembro foi de substituir parte dos Treasuries de curto prazo que possui em seu balanço por papéis de maior duração - a chamada "Operação Twist". Três membros do FOMC votaram contra essa medida, preocupados com a possibilidade de ela não fomentar o crescimento da economia e, ao mesmo tempo, aumentar o risco de inflação no futuro.

A ata divulgada hoje mostrou que outros membros do comitê estavam preocupados com a possibilidade de mais ações de estímulo monetário serem necessárias para derrubar a taxa de desemprego nos EUA. De acordo com o documento, algumas autoridades do Fed que participaram da reunião acreditavam que a compra de mais Treasuries pelo banco central seria uma "potente ferramenta que deveria ser utilizada quando fosse justificável recorrer a ações que dessem suporte a um crescimento econômico mais forte".

Desde agosto, o Fed adotou várias medidas para reduzir as taxas de juro e, dessa forma, estimular o investimento e o consumo nos EUA. O banco central norte-americano assumiu o compromisso de manter as taxas referenciais de juro próximas a zero até meados de 2013 e recentemente anunciou a Operação Twist.

"Dois membros disseram que as condições atuais e a perspectiva (econômica) justificariam ações mais fortes, mas apoiaram o programa de extensão dos prazos de vencimento nesta reunião, já que não foi descartada a possibilidade de mais medidas serem adotadas em encontros futuros", de acordo com a ata do Fed.

Os membros do banco central debateram outras propostas de auxílio à economia, como reduzir a remuneração de 0,25% sobre os compulsórios bancários e alterar a estratégia de comunicação da instituição, de forma a torná-la mais clara sobre as condições necessárias para um aperto monetário.

Dois membros do FOMC defenderam mudanças na estratégia de comunicação, "mas não houve decisão" sobre o assunto.

Os membros do Fed apresentaram uma perspectiva em geral negativa sobre a economia. Embora a maioria não acredite na possibilidade de uma recessão, vários notaram que, com a desaceleração no crescimento, a recuperação ficará mais vulnerável a choques. Eles citaram riscos "significativos" à expansão da economia, incluindo apertos na política fiscal dos EUA e potenciais efeitos negativos no país decorrentes de um agravamento na crise da Europa.

A maioria dos membros do Fed acredita que a inflação neste ano ficará perto de 2% - a meta informal do banco central.

As informações são da Dow Jones.

 

 

 

 

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