14/10/2011

Cetip cai com boato de venda de ações por sócio

Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo

Nos dois pregões do início desta semana, as ações da Cetip, maior depositária de títulos de renda fixa do país, acumularam desvalorização de 8,6%. Na avaliação do mercado, algum acionista relevante da companhia estaria se desfazendo de sua posição na empresa. No pregão de ontem, porém, as ações tiveram recuperação, fechando em alta de 3,6%.

Uma possibilidade seria a venda de papéis por ex-sócios da GRV Solutions, responsável pelo Sistema Nacional de Gravames, comprada pela Cetip no fim de 2010 por R$ 2 bilhões. Nessa transação, 77,75% do valor foi pago em dinheiro e o restante, com a entrega de 23,485 milhões de papéis aos acionistas da GRV, equivalentes a 9,4% do capital da empresa.

Procurada pelo Valor, a Cetip informou que 71,91% das ações que foram recebidas pelos ex-acionistas da GRV estavam sujeitas à restrição de venda ("lock-up") integral até junho. A partir de então, 3,6% dos papéis são liberados mensalmente, até que a restrição seja extinta, em fevereiro de 2013. Se esses 3,6% forem colocados à venda, cerca de 700 mil ações irão para a bolsa por mês.

Segundo operadores, apenas no pregão de segunda-feira foi possível identificar um lote de 1 milhão de ações à venda. Por essa razão, há analistas que acreditam que outro sócio relevante, como por exemplo bancos que possuem fatia relevante na Cetip, poderiam estar se desfazendo da posição.

Segunda-feira era feriado nos Estados Unidos e, portanto, dia de reduzida liquidez no Brasil.

Na terça-feira, como a pressão vendedora continuava, o papel se desvalorizou 7%. O giro financeiro alcançou R$ 115 milhões, muito acima da média diária do papel, que neste ano é de R$ 18,8 milhões. Houve quem apostasse também que a queda teria disparado o encerramento de posições vendidas na ação.

 

 

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