30/08/2011

Destaques Bovespa - 30/08/2011

Mercados Ontem

O Ibovespa terminou o pregão com alta de 2,89 %, aos 54.890,61 pontos, com máxima de 55.026,66 pontos e mínima de 53.356,07 pontos, registrando um giro financeiro de R$ 5,01 bilhões. Em um pregão marcado pela fraca agenda doméstica, a bolsa brasileira acompanhou as altas dos mercados internacionais e terminou a sessão com forte valorização. O discurso do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, referente à meta do superávit brasileiro reforçou as chances de uma redução da taxa de juros no Brasil em agosto, que somados aos indicadores macroeconômicos norte-americanos, impulsionaram o Ibovespa para o campo positivo.

As principais blue chips brasileiras fecharam em alta, acompanhando o otimismo dos mercados internacionais. As ações ON e PN da Petrobrás apresentaram uma valorização de 3,62% e 2,96 % respectivamente, enquanto os papéis ON e PN da Vale, encerraram a sessão com valorização de 2,55 % e 1,92 %, respectivamente.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 25 de agosto, quinta-feira, R$ 61,52 milhões na Bovespa, voltando a ingressar recursos na Bovespa após dez dias de consecutivas retiradas, quando o índice fechou em queda de 1,57%. No mês de agosto, o déficit de recursos estrangeiros diminuiu para R$ 1,062 bilhões. Já no acumulado do ano, os investimentos estrangeiros agora apresentam déficit de R$ 774,06 milhões. Já os investidores Pessoa Física ingressaram recursos na Bovespa pelo segundo dia consecutivo. No dia 25 de agosto ingressaram R$ 105,67 milhões. Neste mês, após este ingresso, os investidores pessoa física atingiram superávit de 3,84 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está em negativo em R$ 4,603 bilhões.

Mercados Hoje

Mercados amanhecem indefinidos, os futuros norte-americanos operam em leve queda, realizando parte dos lucros auferidos ontem, enquanto as principais bolsas na Europa operam mistas. O composto asiático encerrou em alta de 1,0% com China mais uma vez recuando, com receios de que o crédito às empresas fique mais restrito. As bolsas irão reagir à divulgação da confiança do consumidor de agosto nos EUA, enquanto o nosso mercado tenta recuperar parte das perdas do mês, que chegou a cair mais de 17% e até ontem recuava "apenas" 6,74%.

CCR – A empresa de concessão rodoviária anunciou ontem (29/08), através de um comunicado ao mercado, que está avaliando uma entrada no setor de infra-estrutura aeroportuária através da aquisição de três aeroportos no exterior. Segundo a companhia, os aeroportos internacionais "Andrade Gutierrez" e "Camargo Corrêa" que estão localizados no Equador, Costa Rica e Caribe, passarão por uma análise de um comitê independente da CCR pelos próximos três meses. O diretor financeiro e de relações com investidores, Arthur Piotto Filho, destacou que caso os ativos avaliados demonstrem ser vantajosos para a empresa, será convocada uma assembléia geral extraordinária da CCR com o intuito de aprovar uma alteração do objeto social da companhia, além de votar pela aquisição dos aeroportos que serão pagos em dinheiro. Apesar da análise ainda permanecer em sua etapa inicial, consideramos que a notícia é marginalmente positiva para as ações da CCR, uma vez que possibilita a ampliação dos negócios da companhia em um setor com boas estimativas de crescimento para os próximos anos e a possibilidade de disputar futuras licitações de aeroportos no país.

MMX – A mineradora informou ontem (29/08) após o fechamento do mercado que a Supram (Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) emitiu uma licença prévia para a expansão da Unidade Serra Azul, unidade da qual a MMX opera desde 2008. O projeto de ampliação prevê o aumento da capacidade de beneficiamento do minério de ferro dos atuais 8,7 millhões de toneladas por ano para 24 milhões de toneladas anuais e a construção de uma infra-estrutura para transmissão de energia e adutores de água, deverá custar aproximadamente R$ 4,0 bilhões, segundo o presidente da MMX, Roger Downey. A notícia é positiva para as ações da MMX.

Petrobrás – Segundo o jornal "Valor Econômico", a subsidiária da Petrobrás, BR Distribuidora, irá investir R$ 5,2 bilhões até 2015, valor superior aos R$ 4,2 bilhões do plano anterior, voltados principalmente para a área de logística, através da construção de oito novas bases de tancagem (armazenamento em tanques) e da ampliação das sete já existentes. O objetivo do investimento é adequar a capacidade de armazenamento, que cresceu 5,9% de 2005 a 2010, com o aumento do volume de vendas, que cresceu 49,2% no mesmo período. Apenas para 2011, o investimento previsto é de 1,188 bilhão, dos quais R$ 466 milhões foram realizados no 1 semestre do ano. De acordo com o presidente da BR distribuidora, José Lima de Andrade Neto, a companhia precisa crescer por volta de 10% ao ano, para manter o market share da companhia, que totaliza 39% do mercado de distribuição. A notícia é de cunho informativo, devemos aguardar maiores informações para uma análise mais profunda sobre os impactos desse aumento de investimentos sobre o operacional da companhia.

Setor de Alimentos – De acordo com notícia vinculada ao Jornal Valor Econômico, produtores e entidades publicas de saúde nos EUA estão preparando uma forte campanha para evitar que o governo americano permita a entrada de carne bovina de 14 estados brasileiros em solo americano. O discurso oficial se refere a preocupações com a febre aftosa e a ameaça de surtos de "E.coli" no território americano. Extra oficialmente ficam as preocupações com os impactos da entrada do maior exportador mundial em solo americano. Há mais de 6 anos que os EUA e o Brasil brigam sobre este assunto. No último acordo bilateral estabelecido entre os dois países, os EUA se comprometeram a colocar o assunto em consulta pública, porém os processos vêm apresentando sucessivos atrasos. As autoridades americanas argumentam que precisão terminar as análises econômicas sobre os impactos das importações. Até o presente momento o Brasil exporta apenas carne enlatada para os EUA, onde há presença de diversos competidores, pressionando as margens. A campanha é muito parecida com a realizada contra a carne de ovelhas da Patagônia, onde os parlamentares americanos chegaram a aprovar medidas no orçamento para proibir o pagamento de salários de funcionários e outras despesas que levariam à autorização das importações do produto. Apesar de muitas incertezas ainda pairarem sobre o assunto, a notícia é marginalmente negativa para as companhias do setor, dada as expectativas de que as exportações seriam mais facilmente liberadas.

Setor de Saúde – De acordo com o jornal "Valor Econômico", ontem (29), o ministro da saúde, José Padilha, afirmou que a ANS passará a cobrar os procedimentos de alta complexidade, como quimioterapia, dos planos de saúde, caso seus usuários utilizem o Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, a rede pública de saúde. Atualmente, 46 milhões de brasileiros possuem plano de saúde, sendo que 20% dos pacientes atendidos em hospitais públicos de São Paulo possuem tal benefício, entretanto, apenas a internação é cobrada destes usuários ao utilizar o SUS, transferindo partes das despesas dos planos para a esfera pública. Com a nova lei, publicada ontem no Diário Oficial da União, o montante será cobrado dos planos e repassado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), que posteriormente distribuirá para Estados e municípios. A medida busca reduzir o descompasso entre a demanda de pacientes e a oferta de leitos públicos, assim como assegurar uma maior arrecadação pelo sistema de saúde pública. A notícia é parcialmente negativa para as operadoras de planos de saúde, já que aumentará as suas despesas, elevando o nível de sinistralidade, que já se encontra em níveis relativamente altos.

Setor Sucroalcooleiro – De acordo com notícia vinculada ao Jornal Valor Econômico, as exportações do açúcar brasileiro devem sofrer uma queda considerável este ano em função de um esperado aumento na oferta (safra 2011/2012, que começa em setembro, proporcionará um forte aumento da oferta mundial) e dos altos preços atualmente praticados no mercado – clientes estão contendo novas compras a espera de preços mais baixos. Até o dia 26 de agostos foram embarcadas 1,991 milhões de toneladas, 27% abaixo das 2,725 milhões exportadas em agosto de 2010. No Brasil a projeção é de diminuição da produção na região Centro-Sul, enquanto para outros países, como Rússia, Índia e UE estão com perspectivas favoráveis. Além disso, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou ontem (29) a redução da mistura de anidro na gasolina de 25% para 20% a partir de primeiro de outubro, devendo criar novas incertezas no setor de combustíveis, com o objetivo de controlar a inflação dos combustíveis no país. Porém, de acordo com especialistas do setor, a redução é desnecessária porque o setor está importando etanol para equilibrar o abastecimento e o custo do mesmo está mais baixo no mercado externo. Já o presidente da Renuka do Brasil, Humberto Farias, diz que de alguma forma a redução já era esperada pelo setor em função da forte quebra de cana registrada este ano, com a safra devendo ficar abaixo das 500 milhões de toneladas no Centro-Sul. Farias disse que a oferta e demanda do etanol estão sendo monitorados e uma decisão de redução pode ter vindo deste monitoramento. As notícias são marginalmente negativas para as companhias do setor.

Usiminas – A companhia anunciou investimentos da ordem de R$ 138 milhões em sua controlada Usiminas Mecânica, com o objetivo de construir um fabrica de painéis de aço no Porto do Suape (PE) para serem utilizados na construção de navios de grande porte. Os painéis terão até 18 metros, tendo um alto valor agregado, sendo utilizados por navios de até 30 mil toneladas. A nova fábrica entrará em produção no fim de 2012, terá capacidade de produzir ate 65 mil toneladas por ano, deverá gerar 400 postos de trabalho e terá 34 mil metros quadrados. Por não haver fabrica similar no mercado nacional, a companhia ainda recebeu isenção inicial do imposto de renda e redução das tarifas de importação do maquinário necessário para a produção dos painéis com as medidas necessárias. A notícia é marginalmente positiva para as ações da Usiminas, dado a diversificação de seu mix de produtos.

Fonte: Um Investimentos

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