03/10/2011

Grécia falha no cumprimento de metas fiscais

Brasil Econômico   - Por Mafalda Aguilar do Diário Económico (Portugal)

 

O governo grego argumenta que o deslize orçamentário resulta do agravamento da recessão acima do esperado

Atenas prevê que o déficit fiscal atingirá 8,5% do PIB este ano e 6,8% no próximo, acima do acordado com a troika.

Segundo o projeto do Orçamento da Grécia para 2012, aprovado no domingo (2/10) em um conselho de ministros extraordinário, o déficit orçamentário do país deverá fixar-se em 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, quase um ponto percentual acima da meta de 7,6% acordada com a troika.

Para 2012, Atenas estima um "buraco" nas contas públicas de 6,8% do PIB, também acima dos 6,5% exigidos pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca do resgate de € 110 bilhões concedido em maio de 2010.

Além disso, o governo grego prevê uma contração do PIB do país de 5,5% este ano e de 2% em 2012, em linha as projeções do FMI, publicadas no mês passado, mas pior que as projeções usadas em julho para a negociação do segundo resgate financeiro do país no valor de € 109 bilhões.

Na época, as estimativas apontavam para uma retomada do crescimento da economia grega no próximo ano.

O governo grego argumenta que o deslize orçamentário resulta do agravamento da recessão acima do esperado. Já os credores da Grécia também apontam o dedo à incapacidade de Atenas de avançar com as reformas estruturais necessárias para equilibrar as contas públicas.

No conselho de ministros extraordinário, convocado pelo primeiro-ministro George Papandreou, foram ainda aprovadas novas medidas de austeridade, incluindo o polêmico plano para despedir funcionários públicos, que permitirão uma economia de € 6,6 bilhões em 2011 e 2012.

No mês passado, o governo da Grécia informou que pretende transferir até ao final do ano 30 mil funcionários públicos para um sistema de reserva. Esses trabalhadores receberão apenas 60% do salário durante um ano, período em que terão de encontrar um novo emprego ou aposentar, caso contrário serão despedidos.

O conselho de ministros ocorreu depois de a "troika" ficar esta semana em Atenas passando, mais uma vez, um pente fino nas contas públicas gregas e verificando a execução das medidas de austeridade. As autoridades avaliam se podem liberar a sexta parcela do resgate em vigor, essencial para a Grécia pagar salários e pensões este mês.

O ministro das finanças grego, Evangelos Venizelos, disse no sábado (1/10), em entrevista ao jornal To Vima, que esse apoio no valor de € 8 bilhões "está assegurado".

 

 

 

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