17/10/2011

Revisão de custos tem impacto de R$ 88,7 milhões na Trisul

Por Marina Falcão | De São Paulo

A revisão do orçamento das obras da Trisul originou um impacto negativo de R$ 88,7 milhões sobre o resultado líquido da construtora no primeiro semestre do ano, período em que a companhia apurou prejuízo de R$ 46,8 milhões. No total, a atualização dos custos somou R$ 106,2 milhões.

Com atraso de dois meses, as demonstrações financeiras auditadas da empresa referentes aos meses de abril a junho deste ano só foram divulgadas na sexta-feira. Segundo o calendário da Trisul, o resultado do terceiro trimestre deverá ser apresentados ao mercado no dia 9 de novembro.

Os números do segundo trimestre batem precisamente com os que a companhia já tinha divulgado em setembro - mesmo sem a conclusão da revisão da auditoria responsável, a Ernst & Young Terco - devido a pressões dos investidores.

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a receita líquida caiu 7,7%, para R$ 193 milhões. Com a alta dos custos, o lucro bruto ficou em R$ 6,3 milhões, em queda de 89%. Com isso, a margem bruta recuou 24 pontos percentuais, para 3,3%.

O resultado operacional antes da linha financeira e dos impostos foi um prejuízo de R$ 18 milhões, contra lucro de R$ 29 milhões em igual trimestre de 2010. Na última linha, a Trisul registrou resultado negativo de R$ 33,6 milhões.

A revisão orçamentária, motivo pelo qual a companhia alega não ter entregado seu demonstrativo em tempo hábil para que a auditoria fizesse o seu trabalho, foi destacada em uma "ênfase" no relatório do auditor independente.

O estouro nos custos das obras atingiu também outras construtoras listadas na bolsa, como Cyrela, Gafisa, MRV e Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário, no segundo trimestre. No caso da Trisul, as notas explicativas do balanço informam que o fenômeno ocorreu devido às renegociações e novos aditivos de contratos com parceiros e subempreiteiros, à necessidade de refazimento de serviços que não estavam em conformidade com os controles de qualidade e, por fim, à escassez e alta dos custos com mão de obra, insumos e locação de equipamentos.

 

 

 

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