29/08/2011

Para Lagarde, economia mundial passa por fase perigosa

 

Por Valor

SÃO PAULO - Para a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a recuperação econômica mundial passa por uma fase perigosa, e que autoridades tanto dos Estados Unidos quanto da Europa precisam adotar medidas radicais para sair deste estágio.

"O desenrolar deste verão [no hemisfério norte] indicou que estamos em uma perigosa nova fase. Os riscos são claros: nós estamos vendo a recuperação frágil perder o ritmo. Portanto nós devemos agir agora. É uma questão de visão, coragem e tempo. Ações decisivas irão dar força à confiança que é necessária para restaurar e reequilibrar o crescimento global", disse ela em discurso realizado durante conferência do banco central dos Estados Unidos, o Fed, em Jackson Hole.

Lagarde afirmou que os estados europeus precisam ajudar os seus bancos. Para isso, inclusive, devem considerar o uso do fundo para estabilidade financeira do continente (EFSF, na sigla em inglês), para injetar dinheiro em bancos com problemas de capital.

"Os bancos [europeus] precisam de recapitalização urgente. Eles precisam estar fortes o suficiente para suportar os riscos soberanos e o crescimento fraco", disse. Para ela, a crise fincanceira expôs falhas sérias na arquitetura da zona do euro que devem ser consideradas neste momento.

No mesmo discurso, disse que a Europa precisa se comprometer de forma crível a encontrar uma visão comum, e que precisa ser reestruturada "sobre fundações sólidas, inclusive com regras fiscais que de fato funcionam."

Em relação aos problemas americanos, a diretora do fundo disse que a administração de Barack Obama e o Congresso devem se concentrar em ajudar aquelas pessoas que tomaram empréstimos para comprar casa - e que agora se encontram em dificuldade - por meio de programas de financiamentos específicos, e assim conter as execuções de hipotecas, a queda do preço das residências e a deterioração dos gastos dos consumidores.

Ela ainda ressaltou a consideração de um plano para a geração de empregos e uma política fiscal sustentável a longo prazo.

(Valor)

 

 

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