30/08/2011

Pagar impostos antes de receber pelas vendas prejudica 41% das empresas, diz CNI

O prazo para pagamento dos impostos prejudica o fluxo de caixa de mais de 40% das indústrias, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (29).

O estudo verificou que 41,1% das indústrias consultadas têm fluxo de caixa afetado por pagamentos de impostos antes do recebimento das vendas.

Enquanto as contribuições previdenciárias e a do financiamento do seguro social (Cofins) e o Programa de Integração Social (PIS) têm prazo máximo de 40 dias para recolhimento, o recebimento das vendas é superior a 45 dias.

A pesquisa da CNI revela que só 22,4% das empresas recebem pela vendas em até 30 dias, e 33,5% delas informaram receber entre 31 e 45 dias. Além disso, 60,3% dos empresários disseram que os impostos consomem mais de 20% do faturamento.

Os empresários querem a ampliação do prazo para pagamento dos impostos e contribuições de modo a coincidir com o recebimento das vendas. Eles alegam que, na maioria das vezes, o recebimento vem depois do recolhimento tributário.
Tributação que mais afeta fluxo de caixa é ICMS

Para 53,1% dos entrevistados, a tributação que mais afeta o fluxo de caixa é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados e pelo Distrito Federal, que tem prazo menor para recolhimento e é o de maior peso na carga tributária.

Os últimos dados da Receita Federal do Brasil (RFB), de 2009, mostram que a arrecadação do ICMS representou 7,13% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano e correspondeu a 21% da arrecadação total do país.
Empresas de pequeno e médio porte são as mais prejudicadas

Segundo economista Mário Sérgio Carraro, da CNI, os prazos de pagamento dos impostos afetam, de forma diferente, empresas de todos os portes, mas as mais prejudicadas são as de pequeno e médio porte.

"No caso das grandes empresas, apesar do percentual maior das que recebem pelas vendas após 45 dias, elas tendem a ter financiamento mais barato e fácil do que as médias e pequenas", acrescentou.

A pesquisa foi feita com 594 empresas, de 20 a 28 de junho.

(Com informações da Agência Brasil)

Fonte: Uol

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