30/08/2011

Corretoras recomendam carteiras imobiliárias

 

Por Silvia Rosa | De São Paulo.

Diante do crescente interesse dos investidores por fundos imobiliários, algumas corretoras passaram a oferecer relatórios de análises com recomendações de carteiras, assim como já disponibilizam para o mercado de ações.

A Um Investimentos foi uma das passou a produzir um relatório trimestral sobre esse setor, com sugestões de alocação.

A Coinvalores também deve começar a oferecer até o final do ano relatórios semestrais com análise fundamentalista dessas carteiras. A corretora já administra três fundos imobiliários: Projeto Água Branca, Memorial Office e Andrômeda, que não é listado em bolsa. "Já fazemos o acompanhamento dos fundos imobiliários e sentimos que havia uma demanda para uma análise mais aprofundada com o aumento da complexidade desses portfólios", afirma Fernando Silva Teles, diretor da Coinvalores.

Até pouco tempo atrás, lembra o executivo, a análise dessas carteiras se concentrava basicamente no risco de locação. Mas, com a aprovação da Instrução 472 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), começaram a surgir portfólios compostos somente por títulos atrelados a recebíveis imobiliários. Além disso, alguns fundos passaram a participar também da construção dos imóveis, o que envolve o risco de incorporação.

A RB Capital, por exemplo, acabou de fechar a captação do General Shopping Sulacap, que somou R$ 107,8 milhões. Os recursos serão empregados na construção do Parque Shopping Sulacap, no Jardim Sulacap, no Rio de Janeiro.

A RB Capital terá uma participação de 44% do empreendimento e a General Shopping Brasil de 51%. Os 5% remanescentes pertencerão a sócios minoritários do projeto. A oferta atraiu 1.398 investidores, a maioria pessoas físicas. Segundo Marcelo Michaluá, sócio-diretor da RB Capital, para mitigar os risco de desenvolvimento, o investidor contará com rentabilidade mínima garantida de 85% do CDI durante a fase de construção, estimada em dois anos, e maturação do empreendimento, que é de três anos após a entrega.

A XP Investimentos também distribui um relatório mensal sobre fundos imobiliários desde o início do ano passado. A corretora participou da oferta do primeiro fundo que investe em outras carteiras imobiliárias, o BC Fundo de Fundos, coordenada pelo Banco Ourinvest, lançado em março de 2010. Com a chegada de Rodrigo Machado, ex- Brazilian Mortgages para integrar a equipe da XP, a ideia é passar a atuar na gestão de fundos. "Pretendemos colocar pelo menos uma oferta por mês", diz Bruno Carvalho, especialista em fundos imobiliários da XP.

A Omar Camargo, corretora do Paraná, também oferece relatórios de recomendação de carteiras imobiliária desde fevereiro de 2009. "Nosso serviço é completamente independente, pois não fazemos nem gestão nem administração de fundos", afirma João Lucas Odebrecht, assessor de investimentos da Omar.

Entre os fundos recomendados pelas corretoras, destacam-se no segmento comercial os portfólios BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower e o Presidente Vargas.

O primeiro tem como objetivo gerar rentabilidade mensal aos cotistas por meio do aluguel das lajes corporativas do edifício Continental Tower, localizado no complexo Parque Cidade Jardim, em São Paulo. Atualmente o prédio está em fase de construção, tendo como previsão de conclusão das operações julho de 2012.

Já o segundo tem na carteira dois imóveis comerciais na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, a Torre Boa Vista e a Torre Vargas, que são alugados para a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), Telemar Norte Leste (Oi) e para uma agência do banco Santander. "Com os eventos de Copa do Mundo e Olimpíada no Rio de janeiro, está havendo uma revitalização do centro da cidade que deve trazer mais segurança e valorização dos imóveis", destaca Eduardo Camargo Oliveira, da equipe de análise da Um Investimentos.

Já no setor de flats, o destaque é para o fundo Hotel MaxInvest, que busca oportunidades no setor hoteleiro de São Paulo.

O portfólio, gerido pela Ourinvest, entregou no ano, até 19 de agosto, uma taxa interna de retorno, que soma a valorização das cotas mais os rendimentos distribuídos, de 58,53%. "O aumento de eventos na capital paulista tem contribuído para elevar a taxa de ocupação dos estabelecimentos em carteira do fundo", afirma Oliveira, da Um Investimentos.

Com a maior pulverização das ofertas entre investidores pessoa física, os fundos vêm ganhando tratamento de empresas de capital aberto. O BC Fundo de Fundos, por exemplo conta com um site na internet e cobertura de analistas. A carteira foi a mais negociada na bolsa em julho, movimentando R$ 12,66 milhões.

 

 

 

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