03/08/2011

Direto ao ponto: pressão vendedora pode seguir influenciando Ibovespa

SÃO PAULO - Uma grande pressão vendedora, provocada pelo clima de
incertezas no mercado externo, foi o motivo, na opinião do analista
independente Ewerton Zacharias, para que o Ibovespa finalizasse a
sessão da última terça-feira (2) em queda de 2,09%, a 57.310 pontos,
sua menor pontuação desde o de 4 de setembro de 2009.

Segundo o analista, os Estados Unidos, que resguardava uma condição
econômica mais favorável, diante das incertezas predominantes na Zona
do Euro, ganhou destaque nas últimas sessões e deve permanecer em
foco, mesmo depois da conclusão, na véspera, da aprovação do teto da
dívida norte-americana.

Na opinião do analista, a aprovação não traz alívio para o mercado, já
que a lenta recuperação da economia e, com isso, a possibilidade de
as agências de classificação de risco rebaixarem o rating do pais,
fazem com que os EUA permaneçam no foco das atenções.

Desempenho setorial
Na última sessão, foram observadas quedas em diversos setores no front
doméstico, com o Itaú Unibanco (ITUB4) recuando 5,3% na sessão,
diante de um resultado que não agradou o mercado. Para o analista, o
resultado é reflexo do aumento do nível de inadimplência e das
incertezas em relação à economia mundial. "Com isso, acompanhamos
outras companhias do setor bancário, entre eles o Bradesco (BBDC3,
BBDC4) recuando na sessão em função deste cenário mais negativo",
explica.

Além disso, outros setores, como o de minério, papel e celulose e
consumo refletem o desaquecimento da economia global. "No setor de
minério, observamos quedas nas ações da MMX (MMXM3) e Vale
(VALE3,VALE5), enquanto o Hypermarcas (HYPE3), trouxe resultados
menos favoráveis diante da queda do consumo", ponderou Zacharias.

O analista lembra, ainda, que um acionamento de stop de algumas
posições, com o investidor nacional saindo de posição, completou o
cenário de quedas na sessão. "O investidor nacional começou a stopar
posições. pelo que parece que está havendo resgate em alguns
fundo,completando o cenário de quedas", afirma.

Perspectivas para a próxima sessão
"Muita volatividade, muito nervosismo, muita indefinição.
Posicionamento literalmente de longo prazo" é a definição do analista
em relação a sessão desta quarta-feira (3). "Acompanhando o mercado
futuro, foi possível observar uma grande volatilidade com uma grande
venda no final. Essa venda é que preocupa, pois o investidor pode
estar preocupado com a queda da bolsa e a perda que vem ocorrendo esse
ano e começa a stopar, iniciando uma nova venda de ações dentro do
mercado", disse.

Diante disso, Zacharias afirma que não é possível dizer que, por conta
das fortes quedas desta sessão, o índice pode reverter nesta sessão.
"Não é possível dizer que pela queda da véspera o índice pode subir
nesta sessão. Pode cair mais ainda, pois não acredito em um movimento
de massa de pessoa física diante das quedas no mercado americano ai
reverter essa expectativa mais pessimista dentro do mercado", pondera.

Acompanhamento de mercado
Na agenda econômica, a atenção nesta sessão fica por conta da
divulgação de dados sobre o relatório de emprego, sondagem de serviços
e emcomendas industriais nos Estados Unidos, que, na opinião do
analista, devem refletir os noticiários da economia no país. "Espero
estar negativo, mas com a siituação nesse cenário de inadimplência,
pelo menos por quanto, acredito que o empresário norte-americano não
deve investir. Com o cenário de redução de renda e desemprego, fica
muito difícil", opina.

A temporada de balanços também deve seguir no foco dos investidores na
próxima sessão, com a repercussão da divulgação dos resultados da CSN
(CSNA3) e TIM (TCSL3; TCSL4), após o fechamento do último pregão, e
com as Lojas Marisa (AMAR3) divulgando o seu desempenho no trimestre.
"De maneira geral, os balanços não estão influenciando muito no
desempenho macroeconômico. Os balanços, mesmo favorável, não ésão
suficientes para reverter esse cenário negativo", completa o analista.

Fonte: InfoMoney

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