Direto ao ponto: realizações podem trazer nova queda para o Ibovespa

SÃO PAULO - Notícias da Zona do Euro ganharam a cena e derrubaram as bolsas mundiais na sessão da terça-feira (16), quando o Ibovespa recuou 0,60%, a 54.323 pontos, e o Dow Jones fechou em queda de 0,67%. Os indices foram pressionados por noticiários que revelaram indícios de recuo da economia no velho continente e, com isso, aumentou os receios de uma recessão global.

O economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, explica que a falta de notícias que consolidem melhora da economia mundial e a sequência de fortes altas na semana passada do índice brasileiro deram espaço para a queda na sessão, cenário que deve ser mantido nesta quarta-feira. "Como as ações subiram muito na semana passada, a tendência é de que o cenário de quedas continue, pois ainda há espaço para realizações. A falta de noticiários que indiquem melhora na economia global deve continuar a pressionar a bolsa", opina Vieira.

Notícias em linha não "salvam" índice
Segundo o analista, com o cenário ainda baixista, notícias em linha com o mercado, como as apresentadas na última sessão, quando a agência de classificação de risco Fitch manteve a rating da dívida soberana do país e o indicador sobre produção industrial nos EUA apresentou alta de 0,9% em julho, não são suficientes para reverter a tendência de baixa.

No mesmo sentido, os resultados trimestrais da Petrobras (PETR3, PETR4) no front doméstico, que vieram e linha com o mercado, não sustentaram altas nas ações da companhia , pressinando a queda do Ibovespa. "Diante dos problemas macroeconômicos acompanhados no dia-a-dia, as notícias e indicadores precisam ser acima e não em linha com as expectativas para reverterem a tendência de queda", afirma o analista.

Vencimento de opções deve aumentar volatilidade
Apesar de não ser fator determinante para a sessão, o vencimento de opções sobre o Ibovespa, que acontecerá nesta quarta-feira, pode trazer mais volatilidade para a sessão. Segundo Vieira, nessas ocasiões de vencimentos de opções o volume de negociações aumentam e, com isso, a instabilidade é inevitável. "Nessas ocasições os investidores estão refazendo a posição, realizando e exercendo o seu direto de venda e de compra, o que acaba inevitavelmente aumentando a volatilidade", explica o analista.

Os demais indicadores econômicos, entre eles, preços ao consumidor, na Zona do Euro, e preço ao produtor, nos Estados Unidos, apesar de importantes de serem acompanhados, não devem trazer grandes influências para o desempenho do índice, assim como os resultados trimestrais previstos para serem divilgados na sessão. "Mesmo notícias boas no front interno, o mercado vai ficar voltado para o que está acontecendo com a Europa", conclui Vieira.

Fonte: InfoMoney