que corta US$ 917 bilhões em gastos e eleva o teto da dívida para US$
15,2 trilhões --evitando assim um calote da dívida pública americana.
O projeto já foi aprovado na véspera pela Câmara dos Deputados
americana. Ele segue agora para a Casa Branca, onde o presidente
Barack Obama prometeu assiná-lo imediatamente.
A votação ocorreu nas últimas horas antes do prazo final dado pelo
Tesouro americano, meia-noite desta terça-feira. A partir desta data,
o governo já não podia garantir o pagamento aos investidores dos juros
sobre seus títulos. O governo também poderia deixar de pagar gastos
correntes, como os beneficiários da Seguridade Social, além dos
benefícios dos veteranos de guerra e empresas que trabalham para o
governo.
A expectativa era de que o Senado, de maioria governista, aprovasse o
projeto. Já que o plano, que não agradou a boa parte da ala democrata,
contava com o endosso do líder da maioria, o democrata Harry Reid, e
do líder republicano Mitch McConnell.
O projeto é fruto de um acordo entre republicanos e democratas,
alcançado após meses de intenso debate e especulação no mercado
financeiro.
O projeto eleva o teto da dívida em US$ 900 bilhões, dos atuais US$
14,3 trilhões para US$ 15,2 trilhões. Era uma exigência dos
republicanos, maioria na Câmara dos Deputados, que cada dólar da
elevação do teto fosse compensado com cortes de gastos.
Deste dinheiro, US$ 400 bilhões podem ser emprestados imediatamente
--o que garantiria os ameaçados benefícios sociais e empresas que
prestam serviços para o governo. Outros US$ 500 bilhões serão
liberados até fevereiro.
Outro US$ 1,2 trilhão em novos cortes deve ser proposto por um comitê
bipartidário até o Dia de Ação de Graças, em novembro deste ano.
Apesar do complexo debate no tema, a elevação do teto da dívida é algo
corriqueiro nos Estados Unidos. Neste ano, contudo, a decisão foi
contaminada pela campanha das eleições gerais de 2012, nas quais Obama
tentará a reeleição.
O plano não agradou a todos os republicanos (que viram os cortes como
muito modestos), nem todos os democratas (que viram os cortes como
muito amplos).
O problema, contudo, vai muito além das questões partidárias. Sem a
elevação do teto da dívida, funcionários da administração Obama
previam danos graves à economia mundial.
Os EUA atingiram seu limite de endividamento em maio, mas o governo
usou manobras para garantir o pagamento das contas até esta
terça-feira.
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse ao canal de TV ABC
News que teme que a confiança mundial ficou abalada "por este
espetáculo". "Isto, de algumas formas, é um julgamento sobre a
capacidade do Congresso de agir", disse.
DEPUTADOS
A Câmara dos Deputados aprovou o plano na noite de segunda-feira com
269 votos a favor e 161 contra. Para que o plano fosse aprovado, era
necessário que 216 deputados votassem a favor.
Houve apenas quatro abstenções e até a deputada democrata Gabrielle
Giffords -- que levou um tiro na cabeça em Tucson no começo do ano --
compareceu à votação.
Entre os democratas, 95 votaram contra e 95 a favor. Entre os
republicanos, 173 votaram a favor e 66 foram contra.
Os republicanos votaram rapidamente, mas a maior parte dos democratas
aguardaram até os últimos minutos para votar --o que permite avaliar
quantos votos serão necessários para aprovar o pacote.
Fonte: Folha.com
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