12/08/2011

Agência de classificação de risco japonesa eleva nota do Brasil

A agência de classificação de risco japonesa R&I elevou a nota do Brasil de BBB- para BBB, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (11).

No comunicado, a agência afirma que o crescimento da classe média criou um "mercado interno robusto" no Brasil e, por isso, reduziu os riscos de a economia brasileira sofrer impactos negativos do cenário externo.

"A inflação está reduzindo e, graças à rigorosa conformidade com a lei de responsabilidade fiscal, a posição fiscal continua favorável. Enquanto a perspectiva para a economia global tornou-se mais sombria, a administração econômica e fiscal do Brasil aumentou a estabilidade", informa o texto da agência, justificando a elevação da nota brasileira.

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira. Mesmo assim, o mercado ainda leva em conta suas opinões
Crescimento tem sido gerado com consumo e investimentos

"O crescimento tem sido gerado por dois motores: consumo e investimento. Enquanto a pressão inflacionária aumentou como efeito colateral da forte demanda interna, os aumentos de preços têm sido freados graças ao aperto da oferta de dinheiro pelo Banco Central do Brasil por meio de repetidos aumentos da taxa de juros desde abril de 2010, bem como a apreciação do real. O crescimento econômico deve diminuir de velocidade para a taxa de crescimento potencial por volta de 4% ao longo de 2012."

Para 2012, a agência revela algumas preocupações: "...como a pressão pelo aumento dos salários para os servidores públicos e dos benefícios de pensionistas, ante o cenário de um aumento de dois dígitos no salário mínimo e a expansão dos gastos com construção de infraestrutura, por exemplo, aeroportos, ferrovias e estádios, para a Copa do Mundo da FIFA de 2014."

Mesmo assim, a R&I diz acreditar que há pouca possibilidade de "a disciplina fiscal do país desgastar-se seriamente".

Para melhorar ainda mais a classificação, a agência de riscos sugere que o governo brasileiro precisaria "eliminar os gargalos de oferta para o crescimento econômico aumentando investimentos e fazendo esforços para mitigar a pressão inflacionária ainda mais".

Isso exigiria ainda "aumentar o nível das reservas domésticas, que atualmente está abaixo de 20% comparado ao PIB, e incentivar a proporção de investimento, para não causar uma deterioração da balança comercial atual.

Fonte: Uol

Nenhum comentário: