03/08/2011

Derrocada de algumas ações deflagra a forte saída de investidores estrangeiros

SÃO PAULO - Não é novidade pra ninguém o fato de que investidores
estrangeiros possuem uma participação muito ativa no mercado
brasileiro de ações. Por consequência, não é incomum o desempenho do
Ibovespa ser "refém" do humor dos investidores do exterior, tendo em
vista a forte quantia financeira movimentada por eles.

Mas se o Ibovespa, que concentra as principais ações negociadas da
BM&F Bovespa, acaba sendo influenciado pela movimentação desses
investidores, imagine então o que isso pode fazer a um único papel? E
imagine ainda se esse papel possui uma liquidez limitada? Por essas e
outras, é importante o investidor buscar esse tipo de informação
quando for olhar o desempenho de certas ações em momentos de muita
euforia ou de pânico generalizado no mercado.

Exemplos disso podem ser vistos mesmo nas ações que fazem parte do
Ibovespa. Nesta terça-feira (2), os ativos da Hypermarcas (HYPE3)
lideraram com folga a ponta negativa do índice, registrando queda de
8,06% - no intraday, eles chegaram a cair 8,90%. Vale mencionar que
essas ações já caíram mais de 25% nos últimos 30 dias e mais de 50% em
2011, o que descarta qualquer possibilidade dessa queda ter sido um
movimento de realização.

Apesar dessa desvalorização, nenhum evento envolvendo a empresa teve
repercussão no noticiário interno ou externo, bem como a companhia não
divulgou nenhum comunicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
No entanto, olhando para o book de ofertas do pregão, vemos que 32,2%
e 13,0% das vendas foram feitas por clientes do Credit Suisse e do JP
Morgan, respectivamente. Ou seja, apenas essas duas instituições
internacionais responderam por quase 50% das ações HYPE3 vendidas
nesta terça-feira.

FIBR3, AEDU3, PSSA3, DROG3...
Outra ação do Ibovespa fortemente penalizada nesta sessão e que teve
entre seus maiores vendedores os bancos estrangeiros foi a Fibria
(FIBR3). O ativo da fabricante de papel e celulose recuou 6,13%,
fechando na sua mínima do intraday de R$ 17,00. De todas as operações
realizadas com FIBR3 neste pregão, 38,7% das vendas foram efetuadas
por clientes do Morgan Stanley.

Fora do índice de ações, também temos outros casos, como a Anhanguera
Educacional (AEDU3). O papel registrou variação negativa de 7,36%,
fechando a R$ 27,05, e teve apenas bancos estrangeiros entre seus seis
maiores vendedores, que juntos responderam por particamente 75% das
operações na ponta vendedora com a ação. Destaque para o Bank of
America Merrill Lynch, que sozinho efetuou 21,5% dessas vendas.

Quem também teve praticamente três quartos das suas vendas sido
realizadas por bancos de origem internacional foi a ação da Porto
Seguro (PSSA3), que fechou com queda de 6,70%, cotada a R$ 20,06. Já
com o papel da Drogasil (DROG3, -5,17%, R$ 12,30), a participação é
ainda mais expressiva, com o Credit Suisse respondendo sozinho por
83,9% do total das ações vendidas no pregão.

Fonte: InfoMoney

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