16/08/2011

Até 2021, 46% dos pagamentos no varejo serão realizados com cartões

SÃO PAULO – Perspectivas para os próximos 10 anos indicam que as compras pagas com cartões no varejo brasileiro vão superar, em valor, as pagas com dinheiro. Em 2021, 46% dos R$ 4,160 bilhões em pagamentos no varejo serão realizados com cartões, enquanto 34% serão com dinheiro.

De acordo com a Boanerges & Cia, consultoria especializada em varejo financeiro, o quadro que vem se configurando, ou seja, com os cartões dominando o mercado como principal meio de pagamento, é possível notar que o varejo brasileiro está se modificando.

Mudança
Atualmente, a forma de pagamento mais comum no varejo brasileiro ainda é o dinheiro. De um total de R$ 2,497 bilhões de pagamentos realizados neste ano, 54% foram feitos desta maneira, enquanto 27% foram com cartões. Em 2016, as estimativas apontam que 45% das compras serão com dinheiro e 37%, com cartões. Em 2021, no entanto, os cartões ultrapassam o dinheiro.

Segundo a Boanerges & Cia, essa mudança vai pressionar o setor de cartões para que haja um aperfeiçoamento nos modelos atuais. Além disso, a regulação, imposta pelo governo ou mesmo partindo das próprias empresas do setor, terá um papel fundamental no sentido de garantir a evolução do segmento de cartões.

As empresas também deverão trabalhar para que seja mantido o equilíbrio entre os diversos envolvidos no processo, como os consumidores, varejistas, emissores, credenciadores, bandeiras e outros.

Números
Em 2011, estima-se que o País fechará o ano com 648 milhões de plásticos em circulação, incluindo cartões de rede, loja, débito e crédito, com volume de transações estimado em 8,5 bilhões para este ano e um valor ao redor de R$ 680 milhões, com cerca de 87% movimentados por cartões de crédito e débito.

Interesse estrangeiro
De acordo com Boanerges Ramos Freira, presidente da Boanerges & Cia, o varejo financeiro no Brasil é mais dinâmico do que nos Estados Unidos e vem despertando o interesse de novos concorrentes, inclusive estrangeiros.

Boanerges explica que o crescimento desse mercado está gerando muitos ganhos, sobretudo para as emissoras de cartões e as credenciadoras, responsáveis por cuidar da relação com os estabelecimentos.

Se, por um lado, os varejistas serão beneficiados com mais opções de credenciadoras no mercado e, consequentemente, terão redução dos custos inerentes à aceitação desse tipo de pagamento, por outro, os consumidores verão retornos positivos, principalmente pelo aumento da rede de aceitação e pela possível queda nas taxas de juros praticadas atualmente.

Cheques
Com o aumento dos cartões de crédito, outros meios de pagamento vêm reduzindo sua participação no mercado. As transações com cheques, por exemplo, passaram de 34% em 2001 para cerca de 5% atualmente, com perspectivas de cair ainda mais, para cerca de 2% em 2021.

"O cheque pré-datado, uma invenção tipicamente brasileira, já foi praticamente substituído pelo parcelamento sem juros no cartão de crédito", ressalta Freire.

Fonte: Uol

Nenhum comentário: