17/08/2011

Destaques Bovespa - 17/08/2011

Mercados Ontem

O principal índice acionário nacional fechou o pregão com queda de 0,60%, aos 54.323 pontos, finalizando uma sequência de cinco altas consecutivas do Ibovespa, atingindo máxima de 54,561 pontos, mínima de 53,539 pontos e giro financeiro de R$ 5,92 bilhões.

O pregão de hoje foi marcado pela divulgação de dados macroeconômicos desfavoráveis tanto no Brasil quanto na Europa, a exemplo do IPC-S da FGV, que apresentou crescimento de 0,17%, enquanto o esperado pelo mercado era de 0,07%, e do PIB de países da zona do euro que vieram abaixo das expectativas do mercado, como o da Alemanha.

A desvalorização dos preços das commodities nos mercados internacionais, influenciaram a queda das principais blue chips brasileiras. As ações ON e PN da Petrobrás tiveram queda de 1,20% e 1,10%, respectivamente, enquanto as ações ON e PN da Vale queda de 0,69% e 0,25%.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros retiraram no dia 12 de agosto, sexta-feira, R$ 25,26 milhões na Bovespa, quando o índice fechou próximo à estabilidade, em alta de 0,24%. No mês de agosto, o saldo acumulado de recursos estrangeiros agora apresenta um déficit de 37,44 milhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros permanecem no terreno positivo, com superávit de R$ 251,40 milhões. Já os investidores Pessoa Física ingressaram, no dia 12 de agosto, R$ 91,09 milhões na Bovespa, após dois dias seguidos de retiradas. Neste mês, o saldo está negativo em R$ 445,75 milhões. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está negativo em R$ 5,053 bilhões.

Mercados Hoje

Mercados externos mistos, início da manhã na Europa os mercados operavam no negativo, e os futuros do S&P operavam perto da estabilidade. Porém com ao longo das negociações, o sentimento mais negativo dos investidores foi dando espaço à um leve otimismo. Agenda norte-americana hoje bastante importante com dados sobre inflação. A tendência inicial do dia é de que os mercados apresentem menos volatilidade, e operem mais na esteira positiva.

Gol Linhas Aéreas – A companhia divulgou ontem (16), após o mercado, que a demanda da malha aérea total da GOL cresceu 16,2% em julho, em relação ao mesmo período do ano passado. A demanda do mercado doméstico em junho cresceu 19,6%, alta atribuída à expansão na capacidade da indústria no período. Já a demanda internacional, que recuou 12% em julho, foi afetada pela devolução de três aeronaves do modelo B767 que operavam fretamentos internacionais e pela descontinuidade da operação para Bogotá, na Colômbia, informou a empresa. A oferta de voos total subiu 1,1% em junho ante o mesmo mês de 2010. No mercado doméstico, a oferta de voos cresceu 7%, enquanto que a oferta de voos internacional caiu 38% em junho. A taxa de ocupação em julho subiu 22,4 pontos percentuais na comparação anual, alcançando 75,8%.
O yield (valor médio pago por passageiro em cada quilômetro voado) em julho ficou entre R$ 0,185 e R$ 0,189, queda de 11% em relação ao mesmo período do mês anterior. A notícia é marginalmente positiva para as ações da companhia, dado o forte aumento da taxa de ocupação.

JBS – De acordo com um artigo publicado no jornal "Folha de São Paulo", as autoridades sanitárias dos EUA barraram parte das importações de carnes fornecidas pela JBS devido à presença de vermífugo acima do permitido pelo país. Segundo uma fonte do jornal, a carne industrializada exportada para os EUA pertencia a um frigorífico localizado em Barretos (SP), que após essa restrição, já acumula duas devoluções em menos de um ano. Além disso, durante o conference call realizado ontem (16/08) pela JBS, o presidente da companhia, Wesley Batista, informou que pretende reduzir significamente seus investimentos previstos para 2012, devendo ficar perto de R$ 500 milhões, volume 50% inferior ao estimado pelo frigorífico apenas nesse ano. Acreditamos que a notícia seja negativa para as ações da companhia.

Localiza – A companhia anunciou ontem (17), após o mercado, que pretende investir cerca de R$ 2,7 bilhões nos próximos 18 meses para a aquisição de 100 mil novos veículos (2,9% da produção total de veículos leves prevista para este ano), sendo destinados 90 mil para a empresa e mais 10 mil para a rede de franquias. De acordo com o vice-presidente da companhia, Eugenio Mattar, grande parte dos recursos para o investimento virão da venda de carros usados – ano passado a venda de veículos usados rendeu R$ 1,3 bilhões para a localiza, que investiu R$ 1,9 bilhões em carros novos – e do próprio caixa da companhia, que foi inflado após a capitação de recursos realizada com a emissão de debêntures não conversíveis realizada em junho (que tinha como objetivo o alongamento da divida de R$ 1,4 bilhões, onde foi usado 60% do capital de emissão) – o caixa da companhia estava em R$ 484 milhões em 30 de junho. Vale a pena ressaltar que a frota atual da localiza é de aproximadamente 103,5 mil carros entre carros próprios e de franqueados. A notícia é marginalmente positiva para ações da companhia.

Marfrig – De acordo com a "Bloomberg", a Marfrig Alimentos SA afirmou, por meio de um comunicado, que a participação dos fundos da GWI Asset Management na companhia caiu para menos de 5 por cento do total de ações. Marcos Molina, diretor presidente da Marfrig, afirmou que a recente queda do preços de suas ações foi ocasionada pelo movimento de venda da GWI e não possui relação com os fundamentos da empresa. A notícia é meramente informativa.

Panamericano – O banco de investimentos, BTG Pactual, que atualmente controla 51% do capital votante da instituição financeira, lançou hoje (17/08) uma OPA com prazo de validade de 30 dias para aquisição de 56,05% das ações PN, ou 63.038.340 ações do banco Panamericano que atualmente se encontram em circulação no mercado. O preço ofertado pelo BTG aos detentores das ações é de R$ 4,89 por ação preferencial, cujo valor poderá ser pago à vista ou a prazo com ajuste de 110% do CDI ao ano a qualquer momento até 2028, de acordo com o critério do BTG. A notícia é marginalmente negativa para as ações da companhia, à medida que o preço ofertado pela instituição representa um valor 13,9% inferior ao fechamento de ontem (16/08).

Petrobras – Em um debate promovido pelo "Estado de São Paulo" sobre os rumos do pré-sal, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, informou que espera uma maior concentração de investimentos da companhia no segundo semestre de 2011, principalmente motivado pelo atraso de alguns projetos causado pelo atraso e falta de equipamentos adquiridos de fornecedores nacionais e internacionais. Além disso, o executivo frisou que espera que a Petrobrás atinja uma capacidade produtiva adicional de 2,7 milhões de barris de petróleo por dia com a exploração das reservas do Pré-Sal até 2020, quantia que já é atualmente produzida pela empresa. Além disso, de acordo com Gabrielli, o forte crescimento econômico das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste elevará o déficit por produtos derivados da commodity no Brasil, esperando que esse volume atinja uma demanda de 439 mil barris por dia em 2015, contra um déficit de 382 mil barris registrado no final de 2010, levando a Petrobrás a investir em refinarias mesmo sabendo que essa decisão contraria o interesse de diversos analistas de mercado. O executivo ainda destacou que "Toda Decisão da Petrobrás é Política", baseado na forte influência do governo nas decisões quanto às áreas que receberão investimentos em petroquímica, preços dos combustíveis e principais fornecedores de equipamentos e materiais da estatal. A notícia é de cunho informativo, não devendo impactar nos preços das ações da Petrobrás.

Setor de vendas online – De acordo com o estudo Webshoppers, realizado pela consultoria E-Bit, o comercio eletrônico no Brasil movimentou cerca de R$ 8,4 bilhões no primeiro semestre de 2011, crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a pesquisa, o ticket médio foi de aproximadamente R$ 355, contra R$ 379 no mesmo período do ano passado, e deve cair para R$ 350 até o fim de 2011. A expectativa da consultoria é de que o setor fature cerca de R$ 18,7 milhões no ano, o que corresponderia a um crescimento de 26% nas vendas eletrônicas frente 2010. A notícia é marginalmente positiva para as ações das companhias do setor.

Setor de energia elétrica – Conforme o jornal "Valor Econômico", hoje (17/8), ocorrerá o leilão de energia de curto prazo conhecido como A-3. O nome faz referência ao prazo de três anos que a energia deve ser entregue. Como citado no Um Bom Dia de 09/08, mais de 14 mil MW foram cadastrados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para este leilão, sendo 6 mil MW de eólicas, 4,3 mil MW de termelétricas a gás, 2,75 mil MW de termelétricas a biomassa, 450 MW de hidrelétricas e 443 MW de pequenas centrais hidrelétricas. Segundo o jornal, a competição entre as termelétricas a gás englobará apenas 10 empresas, entre elas Petrobrás e MPX, ao contrário de outros projetos, que chegam a ter 240 participantes. A notícia não deve impactar nos ativos do setor, contudo, iremos acompanhar o leilão para obter maiores informações.

Setor de Telecomunicações – Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", ontem (16/8), o Senado aprovou a nova lei para o mercado de TV paga, permitindo a entrada das operadoras de telecomunicação neste setor. De acordo com o ministro de Comunicações, Paulo Bernardo, a expectativa do governo é que o aumento do número de concorrentes impacte positivamente na qualidade e nos preços dos serviços. Além disso, o ministro destacou que a oferta de serviços convergentes – telefonia,internet e TV a cabo – irá impulsionar a oferta de banda larga, com o uso mais intensivo da rede de fibras ópticas. A notícia é parcialmente positiva para as companhias de telefonia, pois possibilita uma expansão do mix de produtos.

Souza Cruz – De acordo com notícia apurada pelo Jornal Valor Econômico, o setor de cigarros encontrasse divido em relação ao decreto presidencial (que vai ser publicado nos próximos dias) sobre o novo modelo de cobrança do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). A Souza Cruz defende uma taxação mais branda, de 5% ad valorem (sobre o preço de venda) e um preço mínimo na casa dos R$ 3,50, enquanto o Sindifumo-SP (Sindicato das Industrias de Fumo no Estado de São Paulo), com quatro empresas associadas (sendo duas operantes), propõe uma maior taxação , de 15% ad valorem e mais um preço mínimo de R$ 4,50 por maço. O motivo do debate entre as propostas de taxação é que uma maior carga tributária favorece ao pequeno produtor, que têm maiores custos devido à menor escala de produção e baixa capacidade de investimento – com uma maior taxação é possível para os mesmo pagarem seus impostos e terem uma margem que lhes permitiria investir em melhorias na sua produção. A Souza Cruz ainda declarou que um aumento de grande magnitude, conforme proposto pelo Sindifumo-SP , acarretaria em um aumento demasiado no preço, favorecendo o contrabando. A atual forma de tributação estabelecida em 1999 é de uma cobrança fixa entre R$ 0,764 e R$ 1,30 conforme a embalagem e o tamanho do cigarro. Nada está definido até o presente momento, porém a especulação sobre uma maior taxação sobre o segmento é marginalmente negativo para as ações da companhia.

Fonte: Um Investimentos

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