23/08/2011

Destaques Bovespa - 23/08/2011

Mercados Ontem

O Ibovespa terminou o pregão próximo da estabilidade, com leve baixa de 0,01%, aos 52.440 pontos, com máxima de 53.552 pontos, mínima de 52.397 pontos, gerando um fraco giro financeiro de R$ 4,66 bilhões.

A bolsa abriu em alta, acompanhando a melhora do humor dos investidores internacionais, porém perdeu força ainda no início da manhã devido às divergências das expectativas dos investidores com relação ao novo pacote de estímulos norte-americano, passando a operar sem direção definida no restante do dia.

As ações ON e PN da Petrobrás fecharam com queda de 1,65% e 0,25%, respectivamente, influenciadas pela queda do preço do petróleo tipo Brent no mercado de commodities. Já as ações ON da Vale apresentaram queda de 0,15%, enquanto as ações PN tiveram alta de 0,54%.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros retiraram no dia 18 de agosto, quinta-feira, R$ 16,01 milhões na Bovespa, sexto dia consecutivo de retiradas, quando o índice fechou em forte queda de 3,52%. No mês de agosto, o saldo acumulado de recursos estrangeiros aumentou seu déficit para 588,87 milhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros aumentaram seu déficit para R$ 300,02 milhões. Já os investidores Pessoa Física voltaram a ingressar recursos na Bovespa. No dia 17 de agosto ingressaram R$ 175,74 milhões. Neste mês, após este ingresso, o déficit de investidores pessoa física diminuiu para R$ 329,08 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está em R$ 4,936 bilhões.

Mercados Hoje

Mercado local deverá reagir positivamente às expectativas mundiais em relação ao discurso do Bernanke em Jackson Hole nessa sexta-feira. As apostas do anúncio de mais estímulos à economia aumentam, com investidores comprando mais ativos de risco. Os dados sobre atividade na China também contribuem positivamente para os mercados, e deverão impactar de forma mais ampla o nosso mercado, especialmente empresas exportadoras de commodities.

Eletrobrás – A companhia divulgou ontem, após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, em linhas gerais, vieram aquém das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 5,703 bilhões, queda de 11,61% em relação ao mesmo período do ano passado, 27,70% abaixo do trimestre anterior e 26,46% abaixo das expectativas do mercado que totalizavam R$ 7,775 bilhões. A redução na receita operacional líquida ocorreu principalmente devido a variação negativa de R$ 676 milhões na venda de energia, devido aos índices de preço que corrigem o volume comercializado da energia elétrica de Itaipu. O EBITDA totalizou R$ 957 milhões, queda de 30,82% em relação ao mesmo período do ano passado, 62,74% abaixo do trimestre anterior e frustrando as expectativas do mercado em 59,17% que totalizavam R$ 2,344 bilhões. A redução do EBITDA nas bases trimestrais e anuais ocorreu devido ao aumento da R$ 233 milhões na conta de pessoal, devido ao pagamento de Participação no Resultado em junho de 2011, aumento de provisões operacionais no montante de R$ 409 milhões para as usinas de Simplício e Batalha (Furnas), além da Provisão para contingência de R$ 120 milhões nas usinas de Balbina. E o lucro líquido divulgado foi de R$ 326,6 milhões, 65,39% inferior em relação ao mesmo período do ano passado, 74,66% abaixo do ultimo trimestre e 67,82% abaixo das expectativas, que totalizavam R$ 1,015 bilhão. A redução do lucro líquido do 2° trimestre ocorreu principalmente devido ao resultado financeiro, que totalizou R$ 964,7 milhões negativos, frente a um resultado positivo de R$ 426,4 milhões positivos na comparação anual. Os destaques negativos ficaram para a retração das margens operacionais e líquidas, tanto nas bases trimestrais como anuais, e para o forte crescimento do endividamento, que cresceu 397% na passagem anual, trazendo um múltiplo Divida Líquida / EBITDA de 25,9x contra 3,6x no 2T10. Em linhas gerais, os números apresentados vieram abaixo das expectativas do mercado, devendo ter um impacto negativo sobre os ativos da companhia. Aguardaremos o conference call, a ser realizado hoje para maiores detalhes.

Magazine Luíza – A rede de varejo lançou na segunda-feira (22/08) o projeto "Magazine Você", uma rede de lojas virtuais voltada para a venda direta dos produtos por meio das plataformas das mídias sociais. De acordo com o diretor de vendas e marketing da companhia, Frederico Trajano, a meta do projeto é atingir cerca de 10 mil lojas de divulgadores nos próximos nove meses, representando um potencial de aproximadamente um milhão de consumidores entrelaçados pela rede de amizade de cada participante. Apesar da companhia não ter divulgado o volume de investimentos destinados ao projeto, acreditamos que a notícia é marginalmente positiva para as ações da Magazine Luiza, à medida que a estratégia adotada pela companhia não só condiz com a meta de expansão de lojas e serviços proposta pela empresa, como também, é beneficiada em grande parte pelo fato do Brasil ser o país líder em acesso às redes sociais , como Orkut e Facebook, dos quais apresentaram uma média de 79,1% e 52% de visita pelos usuários de internet em julho, segundo dados da "comScore".

OGX – De acordo com notícia vinculada a Reuters, a primeira plataforma da OGX ficou pronta em Cingapura e deve chegar ao Brasil em outubro. Com a chegada desta sonda será possível a companhia produzir seu o primeiro barril de petróleo na bacia de Campos. Com afretamento de US$ 263 mil ao dia, FPSO OSX-1 é a primeira unidade a integrar a frota da OSX, empresa de construção naval do grupo.

Rossi – A incorporadora anunciou ontem (22/08), por meio de um fato relevante, que o seu conselho de administração aprovou um programa de recompra de ações com duração de um ano no volume de até 7.904.851 papéis, valor que corresponde a 4,71% das ações em circulação da companhia. A notícia é positiva para as ações da Rossi, uma vez que sinalizam a confiança da incorporadora na rentabilidade futura de seus projetos e a atratividade dos preços atuais de suas ações.

Setor de Energia – De acordo com o jornal "Valor Econômico", a AES Tietê e a Duke tem 60 dias para apresentarem para a Justiça do Trabalho o projeto de expansão de 15% dos seus parques geradores, que era previsto para até 2008, contudo, não foi cumprido até agora. O investimento totalizaria R$ 3 bilhões para as duas companhias e adicionaria 900 MW para a capacidade de geração do Estado de São Paulo. Segundo José Aníbal, secretário de energia do Estado de São Paulo, estas empresas não se esforçaram de fato e serão obrigadas a apresentarem um plano com a matriz elétrica a ser utilizada, a localização, os custos, o cronograma e a data para o início das operações, sob pena diária de R$ 30 mil. A notícia é de cunho informativo e não deve impactar sobre os ativos de ambas as companhias.

Setor de Mineração – De acordo com notícias vinculadas nos jornais Valor Econômico e Estado de S. Paulo, a decisão sobre o novo marco regulatório da mineração deve ser encaminhado ao Congresso Nacional nas próximas duas semanas. De acordo com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o novo marco, composto de três projetos de lei (o primeiro para o marco regulatório do setor, o segundo para a criação de uma agência reguladora que substituirá o Departamento Nacional de Produção Mineral e o terceiro para a alteração na sistemática de cobrança dos royalties do setor), deverá estipular um tipo de cobrança flexível, que irá avaliar se o período é de alta ou baixa demanda, elevando e reduzindo as taxas conforme condições do mercado. Os percentuais mínimos e máximos a serem cobrados seguiram em um sistema de bandas, que serão fixadas por decreto, minério a minério. De acordo com o Ministro, "falta agora só a presidente ter tempo de analisar o que foi feito". A notícia, apesar de não apresentar novidade ao mercado, é marginalmente negativa para as ações das companhias do setor.

Setor de Siderurgia– De acordo com matéria vinculada no jornal Folha de São Paulo, a produção mundial de aço cresceu aproximadamente 11,5% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado, bem próximo dos níveis recordes. Apesar da pressão do excesso de oferta e das expectativas de desaceleração econômica no âmbito mundial, a China elevou em 15,5% sua produção interna, alcançando 59,3 milhões de toneladas, sendo a maior responsável pelo grande crescimento da oferta mundial. O Brasil produziu cerca de 3,121 milhões de toneladas, aproximadamente 8,2% de crescimento na passagem anual. Já os EUA tiveram crescimento mais módico, aproximadamente 4%, alcançando a marca de 10,5 milhões de toneladas no período. A notícia é marginalmente negativa para as ações das companhias do setor, dada a pressão nos preços em função da forte elevação da oferta.

Souza Cruz – Em uma entrevista concedida ao jornal "Valor Econômico", o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, informou que espera por uma recuperação no ritmo das exportações de fumo no país em 2011, devendo alcançar aproximadamente 556 mil toneladas no ano, volume 10% acima do registrado em 2010. Segundo ele, os efeitos da queda da safra de 2009/10 aliada à valorização do real no ano passado, ajudaram a reduzir em 25% o volume exportado do produto, enquanto que em 2011 o aumento do embarque de fumo será beneficiado pela alta de 20,4% de colheita na safra de 2010/11 e a redução da produção de fumo na África em virtude de problemas climáticos na região. Somado a isso, o Governo Federal publicou ontem (22/08) um decreto estabelecendo um aumento da alíquota do IPI em 40% até o final desse ano, além de estabelecer um preço mínimo de R$ 3,00 para o maço de cigarros comercializado no Brasil a partir de novembro/2011. A notícia é positiva para as ações da companhia.

Vale – A companhia divulgou maiores detalhes do plano de recuperação dos resíduos de minério, anunciado há alguns meses atrais. Inicialmente o plano previa recuperar ao rejeitos depois do processamento, antes dos mesmos serem jogados nas barragens. Agora a companhia anunciou que vai atuar para recuperar aproximadamente 31 milhões de toneladas de minério contidos dentro dessas barragens, em função da alta dos preços no mercado internacional (aproximadamente US$ 147,30 por tonelada métrica), resultando em uma recuperação potencial de até R$ 4,5 bilhões em valores atuais. O minério contido nessas barragens é de teor baixo, aproximadamente 35%, e, por isso, vai passar por um processo de enriquecimento, chegando a uma concentração média de 62%. O resultado deste processo é o chamado "pellet feed" – pó de minério usado em peças sinterizadas (feitas em prensas com alta pressão) ou na produção de pelotas. Para companhia, além do ganho financeiro, este processo ira liberar espaço nas barragens para novos resíduos, dado que futuramente a companhia precisaria construir novas barragens sem a liberação de espaço, o que implica em novas autorizações ambientais e processos burocráticos. Ao total a Vale vai recolher resíduos de oito barragens e as minas envolvidas são as de Mariana, Itabirito, Nova Lima, Congonhas, Ouro Preto e Brumadinho. A retirada do material terá início em 2013, com extração de 1 milhão de toneladas, sendo crescente nos anos subsequentes. A notícia é positiva para as ações da companhia no longo prazo.

Fonte: Um Investimentos

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