SÃO PAULO - Diante do cenário de grandes perdas registrados na semana passada, quando o Ibovespa despencou quase 10% entre os dias 1 e 5 de agosto, sua pior semana desde novembro de 2008, a semana deve começar com o mercado guiado pelas notícias de âmbito internacional, que foi o grande balizados do movimento da semana passada, diz o sócio-diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso.
"O mercado está suscetível a qualquer coisa que diga que o risco soberano na Europa vai ser administrado, com a apresentação de alguma forma de reduzir a volatilidade nos preços desses títulos e na capacidade desses países. Nos Estados Unidos, o mercado vai continuar acompanhando os noticiários sobre o desempenho da economia e a a capacidade de o país continuar crescendo", explica o analista.
Vale lembrar que na noite de sexta-feira (5) a S&P cortou o rating norte-americano para AA+, repercutindo as preocupações com o forte crescimento do déficit fiscal do país, com perspectiva negativa. Além disso, nessa segunda o BCE (Banco Central Europeu) começará a comprar títulos de dívida italiana, assim como havia feito com os da dívida portuguesa e irlandesa nessa semana, informou nesta sexta-feira (5) o ministro de Finanças da Itália, Humberto Bossi.
Diante desse cenário, o analista afirma que a volatilidade permanecerá na sessão, assim como foi na última sexta-feira. "Pode ser que um movimento de repique de alta aconteça no início do pregão, mas tudo pode acontecer. Pode ser ainda que quem comprou nesses dias de baixas fortes, aqueles que são hedge fund ou profissionais que fazem movimento de curto prazo, vão ao mercado atuar, pois todo mundo está com medo", sinaliza Cardoso.
Brasil é o foco da agenda econômica
Na agenda econômica, a equipe da Rosenberg Corretora destaca que o foco fica no Brasil, onde teremos o IGP-DI (Índice Geral de Preço), para qual a expectativa da corretora é que represente queda de 0,05%. Além disso, o Relatório Focus, deve vir com uma redução das expectativas da Selic e de inflação, bem como do crescimento da atividade econômica, por conta do pânico instaurado no mercado nos últimos dias, dizem os analistas da Rosenberg.
"Se esse cenário pessimista se confirmar, o Banco Central terá acertado da forma menos agradável em aumentar menos os juros para conter a inflação doméstica", avalia a corretora em relatório. No fim do dia, serão divulgados os dados sobre produção industrial, preços ao consumidor e venda no varejo na China, que deverá ser repercutido na próxima sessão.
Fonte: InfoMoney
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