15/08/2011

Espera-se que a melhora tenha vindo para ficar

 

Daniele Camba

15/08/2011

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Depois de começar a semana caindo mais de 8%, abaixo dos 50 mil pontos, o Índice Bovespa fechou a sexta-feira acumulando uma alta de 1%. Por isso, o desempenho desta semana será decisivo para mostrar se essa crise é uma marolinha ou um tsunami.

A definição depende de como serão os acontecimentos externos. A terça-feira deve ser o dia de maior emoção, com a divulgação de indicadores de construção nos EUA, a produção industrial, além do PIB do 2º trimestre na zona do euro. Esses números darão uma ideia se a recessão é factível ou um temor cogitado pelos pessimistas.

Esta promete ser uma semana decisiva no cenário externo

O diretor de investimentos da Fundação Cesp, Jorge Simino, lembra, no entanto, que, em momentos de estresse, os indicadores ficam em segundo plano. "Rumores e especulações passam a ter um peso sobre o mercado muito maior do que qualquer número relevante", diz.

Mesmo com todo o nível de imprevisibilidade externa, ele acredita que o Ibovespa abaixo dos 55 mil pontos tem uma boa dose de exagero no pessimismo e que, portanto, pode ser um ponto interessante para encontrar ações a preços convidativos. "Com o mercado abaixo desse nível, existem empresas com bons fundamentos, e nada justifica essa queda", diz Simino.

Há quem acredite que a possibilidade do governo parar de subir juros, dada a crise, pode ajudar na recuperação, ao menos do mercado brasileiro. Já Simino discorda. O fim do aperto monetário não deve contribuir para uma melhora da bolsa, já que o motivo disso é pouco nobre. "O governo só não vai subir mais a Selic porque a coisa ficou feia lá fora", completa.

 

 

Esses são tempos de dificuldade, em que condições de previsibilidade inexistem. Por isso, é preciso estar ciente de que a volatilidade está presente e que, a qualquer momento, é possível ter movimentos bruscos na bolsa e ativos fortemente depreciados. A análise faz parte de um relatório produzido por Marcelo Pereira, sócio da Tag Investimentos, e sua equipe, no qual tenta dar um norte aos clientes num momento tão difícil de mercado, segundo apurou a repórter Luciana Monteiro. Não por acaso, a recomendação ao investidor é ter muita paciência. É claro que, neste momento, a indicação pode soar como "chover no molhado", mas é exatamente disso que o investidor precisa. "No curto prazo, o preço das ações flutua em função de uma infinidade de variáveis, mas, no longo prazo, o que importa realmente é o lucro das empresas o que, em mercado de forte volatilidade, não é refletido nos preços das ações", afirma Pereira. "Compras, só olhando o longo prazo, longo mesmo", diz ele.

Daniele Camba é repórter de Investimentos

 

 

 

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