estimula especulações no mercado doméstico, mas o Brasil está
preparado para agir contra a chamada guerra cambial e a competição
comercial predatória, disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda,
Guido Mantega.
Mantega destacou ainda que a crise nos países avançados apenas mudou
de fase, com Estados Unidos e União Europeia passando a enfrentar
problemas de dívida.
"Nós estamos bem preparados para suportar até o agravemento da
crise... O Brasil está fazendo uma política fiscal sólida, nós estamos
cultivando um superávit primário, e a dívida brasileira é uma das
poucas do mundo que está caindo", disse o ministro em audiência na
Câmara dos Deputados.
O ministro voltou a dizer que a recente enxurrada de dólares que o
país tem recebido está atrelada à política monetária expansionista nos
Estados Unidos, num contexto em que o dinamismo da economia brasileira
contrasta com a fraqueza das nações industrializadas.
"Isso alimenta o que nós chamamos de guerra cambial. Mas o Brasil tem
agido diante dessa guerra cambial, impedindo que o real se valorize em
demasia", afirmou Mantega.
"E com falta de mercado lá, todo mundo vai em busca dos países que
estão crescendo. O que nós assistimos no decorrer dessa crise é que a
concorrência comercial ficou mais acirrada e ela se torna predatória."
Mantega cobrou ainda que haja comprometimento entre todos os Poderes
no Brasil --Legislativo, Judiciário e Executivo-- no sentido de
melhorar o lado fiscal, que, segundo ele, é um dos trunfos do país
para enfrentar uma possível piora nos mercados.
"Queremos que outros Poderes da República não façam propostas que
aumentem gastos", afirmou o ministro.
"Manter um fiscal forte é um dos anteparos contra a crise", completou,
acrescentando ainda que um segundo reforço do Brasil contra a crise é
o robusto volume de reservas internacionais atualmente.
"O Brasil hoje está respaldado, está seguro em reservas muito maiores
(do que em 2008). Além disso, nós temos a experiência que acumulamos
em 2008, que foi bem sucedida até aqui", disse Mantega.
De acordo com dados do Banco Central (BC), as reservas internacionais
alcançaram na véspera 349,643 bilhões de dólares, contra 206,486
bilhões de dólares no final de setembro de 2008, mês do agravamento da
crise global.
(Reportagem de Isabel Versiani e Maria Carolina Marcello)
Fonte: Uol
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